Estado Maior

Rol de desafetos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

A traição do governador Flávio Dino (PCdoB) ao ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido) foi só mais um golpe na rede de aliados que se envolveu com ele, desde 2006, para levá-lo à vida pública. De lá para cá, grande parte dos líderes foi esvaziada pelo próprio Dino, que tenta, ao lado do seu lugar-tenente Márcio Jerry, construir um núcleo próprio de poder que não inclui nenhum desses aliados.
Na lista de desafetos construída por Flávio Dino, estão o senador Roberto Rocha e o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (ambos do PSDB), a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos), os deputados estaduais Eduardo Braide (PMN) e Wellington do Curso (PP), o ex-prefeito de Barreirinhas, Leo Costa (PSDB), além de prefeitos como Luciano Genésio (Avante), de Pinheiro, e Hilton Gonçalo (PCdoB), de Santa Rita.
No seio do governo, há ainda uma série de insatisfeitos, que não têm a coragem ou a condição de independência necessárias para romper, mas que seguem com o comunista ressentidos com sua postura de hegemonia do PCdoB e de Márcio Jerry. Neste grupo, estão os deputados federais Eliziane Gama (PPS) e Waldir Maranhão (Avante), o prefeito de Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PCdoB), e uma infinidade de deputados estaduais frustrados com a política de exclusão do governador.
É com toda essa turma que Flávio Dino seguirá para a disputa eleitoral de outubro. O que pode cobrar um alto preço eleitoral.

Desmentido
O secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, nega que tenha conversado com o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a filiação de José Reinaldo Tavares.
- Eu não tenho esta intimidade toda com o Maia para fazê-lo repensar a vinda ao Maranhão - justificou, dando isso como fator do rompimento de Tavares com Flávio Dino.
Mas o próprio Tavares já garantiu que a conversa de Jerry e Maia - se houve ou se não houve - não teve qualquer influência no processo.

Guerra de versões
Controladores do DEM no Maranhão, hoje, os deputados Juscelino Filho e Stênio Rezende garantem que Rodrigo Maia vai dizer a José Reinaldo que o partido ficará com Flávio Dino.
Segundo eles, essa conversa se dará exatamente nesta semana, antes mesmo de Tavares se filiar ao DEM.
Mas os aliados do ex-governador garantem que o DEM ficará sob seu comando nas eleições de outubro.

No PT
Partidários do deputado federal Waldir Maranhão tentam impor sua filiação ao PT maranhense e fazer dele candidato a governador.
Seria uma forma de tirar o partido da órbita de Flávio Dino - e vingar Waldir pela traição do comunista.
O problema é que as pendências legais e judiciais do deputado os impedem de tomar qualquer decisão contra Dino.

Só anúncios
O prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, já se anunciou candidato ao governo, ao Senado, a vice-governador e até a coordenador de campanha.
Mas continua filiado ao mesmo PCdoB do governador Flávio Dino, o que impede qualquer avanço em suas pretensões.
E impede, também, dar-se credibilidade às suas falas.

Prioridades
O senador Roberto Rocha (PSDB) decidiu dar um tempo nas articulações eleitorais para cuidar do filho caçula, que precisa de cuidados médicos.
O parlamentar está afastado do debate político, dedicado integralmente à saúde do filho.
Até o restabelecimento total, Rocha continuará ausente de qualquer articulação.

DE OLHO
R$ 500 milhões

É o valor do desfalque operado pelo Governo Flávio Dino na Previdência do estado, segundo Adriano Sarney

Sem garantias
O governador Flávio Dino calcula hoje em 14 o número de partidos que estarão com ele nas eleições de outubro.
Mas há quem garanta que muitas dessas legendas deixarão o palanque comunista antes mesmo das convenções.
PP, PRB, PSC, DEM, PR e outras legendas estão em franca articulação nacional contra a candidatura de Dino.

E MAIS

• A oficialização da filiação de Carlos Brandão ao PRB foi ofuscada pelo anúncio do rompimento de José Reinaldo com Flávio Dino.

• O presidente da Assembleia, Othelino Neto, vai acabar com o auxílio-moradia dos deputados, criado em 2013.

• Exigências burocráticas estão impedindo uma reforma mais ampla e geral no prédio da Câmara Municipal de São Luís.

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