Lava Jato

Procuradoria rescinde delação de dono da JBS

Wesley Batista é irmão de Joesley Batista e cometeu infrações após assinar acordos com o Ministério Público; Irmãos protagonizaram ano passado um dos maiores escândalos de corrupção do país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Wesley Batista teve o acordo cancelado pelo Ministério Público
Wesley Batista teve o acordo cancelado pelo Ministério Público (Wesley Batista)

BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou nesta segunda-feira, 26, por meio de nota, que decidiu rescindir os acordos de colaboração premiada de Wesley Batista e Francisco de Assis e Silva, sócio-proprietário e executivo da J&F, respectivamente. A decisão foi enviada, nesta segunda-feira, 26, ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), para homologação.

"A providência foi tomada no âmbito de um procedimento administrativo e é decorrente da constatação de que, assim como Joesley Batista e Ricardo Saud - que já tiveram os acordos rescindidos - os dois descumpriram os termos da colaboração ao omitirem, de forma intencional, fatos criminosos dos quais tinham conhecimento no momento do fechamento dos acordos firmados com o Ministério Público Federal (MPF). No caso de Wesley, a decisão da procuradora-geral considerou indícios da prática de crime quando o empresário já se encontrava na condição de colaborador", diz a PGR.

Segundo a Procuradoria, em manifestação, Raquel, enfatiza que os colaboradores infringiram as cláusulas 25 e 26 do acordo.

"As investigações revelaram que, no momento do fechamento das colaborações, eles deixaram de informar ao MPF fatos ilícitos, como a prestação de serviços ao grupo empresarial pelo então procurador da República Marcelo Miller. O ato, destaca o documento, configura corrupção ativa pela cooptação de funcionário público, mediante vantagem indevida, para a prática de atos em seu favor", completa.

A reportagem entrou em contato com a defesa e com a assessoria de imprensa. O espaço está aberto para manifestação.

Em setembro, a Procuradoria Geral da República já havia rescindido os acordos de delação premiada de Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e de Ricardo Saud, um dos executivos do grupo, foram rescindidos.

Segundo a PGR, mesmo com a rescisão, as provas entregues pelos dois delatores permanecem válidas.

De acordo com a assessoria da PGR, a rescisão do acordo de colaboração ainda precisa ser confirmada pelo ministro Edson Fachin.

Na semana passada, o procurador-geral, Rodrigo Janot, já havia anunciado a revisão dos acordos dos delatores por suspeitas de que os dois executivos haviam omitido informações.

Em razão disso, o Supremo Tribunal Federal suspendeu, no último fim de semana, os benefícios concedidos a Joesley e a Saud.

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