Negociações

Governo americano está disposto ao diálogo com a Coreia do Norte

Presidente Donald Trump disse ontem que diálogo deverá ocorrer '' sob condições adequadas'', seu governo foi "muito duro" com o regime norte-coreano e que a China também endureceu sua postura sobre Pyongyang, embora devesse ter feito mais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Presidente Trump disse ontem que aceita conversar com o governo norte-coreano
Presidente Trump disse ontem que aceita conversar com o governo norte-coreano (Presidente Trump disse ontem que aceita conversar com o governo norte-coreano)

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem estar disposto ao diálogo com a Coreia do Norte "sob condições adequadas", depois que o regime norte-coreano assegurar que deixa a "porta aberta" para uma conversa com o governo americano.

"Eles querem falar, e veremos o que acontece, essa é a minha atitude", disse Trump hoje durante uma reunião na Casa Branca com a maioria dos governadores do país. Ele ressaltou que, desde o governo de Bill Clinton (1993), seus antecessores tentaram "dialogar" com a Coreia do Norte, e não aconteceu "nada" nesses 25 anos.

"Outros presidentes tinham que ter solucionado este problema, muito antes de eu ter chegado aqui", comentou Trump. Ele ressaltou que seu governo foi "muito duro" com o regime norte-coreano e que a China também endureceu sua postura sobre Pyongyang, embora devesse ter feito mais.

Primeiro passo

O governo de Trump confia que a oferta de diálogo de Pyongyang represente um "primeiro passo no caminho da desnuclearização" da península coreana, disse domingo,25, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.

"Os EUA, a República da Coreia do Sul e a comunidade internacional estão de acordo em geral de que a desnuclearização deve ser o resultado de qualquer diálogo com a Coreia do Norte", afirmou Sarah em comunicado.

O general norte-coreano Kim Yong-chol, que lidera a representação norte-coreana que compareceu à cerimônia de encerramento dos Jogos de PyeongChang no domingo, 25, disse ontem em Seul que "as portas estão abertas ao diálogo com os EUA", e que a Coreia do Norte já tornou pública esta postura várias vezes.

As conversas para a desnuclearização norte-coreana (das quais participam as duas Coreias, EUA, China, Rússia e Japão) permanecem estagnadas há mais de uma década.

Nível de exigência

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu ao governo dos Estados Unidos que reduza o nível de exigência nas negociações com a Coreia do Norte, no momento em que seus conselheiros se reuniam com um general norte-coreano.

"Acredito que o governo dos Estados Unidos tem que diminuir o nível de exigência nas discussões e que o Norte tem que mostrar sua determinação para avançar até a desnuclearização", disse Moon durante um encontro com Liu Yandong, o representante chinês na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno.

"É importante que Estados Unidos e o Norte sentem juntos o mais rápido possível", declarou o presidente, que pediu uma ação da China neste sentido.

Moon Jae-in fez todo o possível para que os Jogos Olímpicos, que terminaram no domingo, fossem uma oportunidade para reduzir a tensão entre as duas Coreias.

A Coreia do Norte enviou atletas, além de artistas, ao Sul em uma tentativa de mostrar uma face mais simpática. O líder norte-coreano Kim Jong Un enviou sua irmã para a cerimônia de abertura e o general Kim Yong Chol para o encerramento. Mas as delegações norte-coreanas não tiveram nenhum contato com os representantes americanos.

Washington inclusive reforçou na sexta-feira,23, as medidas contra Pyongyang, com o anúncio do presidente Donald Trump das sanções "mais duras" até agora contra o país.

Diálogo

Em seu encontro com Kim Yong Chol no domingo, 25, Moon pediu ao Norte que inicie um diálogo o mais rápido possível com Washington. De acordo com Seul, o general disse que estava disposto a isso.

"Veremos se a mensagem da Coreia do Norte de que está disposta a dialogar é um primeiro passo para a desnuclearização", afirmou a Casa Branca em um comunicado. "A campanha de pressão máxima tem que continuar até a desnuclearização", completou o texto.

Kim Yong Chol se reuniu ontem com vários conselheiros de Moon. A oposição conservadora sul-coreana considera este general um criminoso de guerra, suspeito de ter ordenado o ataque com torpedos contra uma corveta da Coreia do Sul em 2010, uma ação que deixou 46 mortos.

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