Democratas dos EUA publicam memorando sobre ingerência russa
Texto diz que FBI e Departamento de Justiça não cometeram abusos, omitiram informação ou espionaram campanha de Trump. Presidente autorizou a divulgação de memorando republicano, mas não havia autorizado a publicação do democrata
ESTADOS UNIDOS - Os congressistas democratas americanos publicaram sua resposta a um polêmico memorando redigido pelos republicanos, no qual acusavam de parcialidade e de abuso de poder a condução da investigação sobre ingerência russa na eleição presidencial de 2016.
"Os oficiais do FBI e do Departamento de Justiça não 'abusaram' do processo da Lei de Vigilância da Inteligência Estrangeira (Fisa, na sigla em inglês), omitiram informação importante, ou obtiveram essa ferramenta vital para espionar a campanha de Trump", defende o texto dos democratas, referindo-se ao processo por meio do qual se obtém mandados de vigilância.
Em seu memorando, que veio à tona no início do mês apesar das objeções do FBI (a Polícia Federal americana) e do Departamento de Justiça (DOJ), os republicanos garantiram que a investigação financiada pelos democratas estimulou o FBI a espionar Carter Page, ex-assistente de campanha do presidente Donald Trump.
"De fato, o DOJ e o FBI teriam sido negligentes em seu dever de proteger o país, se não tivessem buscado um mandado 'Fisa' para fazer uma vigilância temporária de Carter Page, alguém que o FBI classificou como um agente do governo russo", acrescenta o documento democrata.
O porta-voz adjunto republicano Raj Shah classificou o memorando como um "documento político" que está "carregado de acusações não corroboradas" e "não responde às sérias preocupações colocadas" no texto republicano.
A Inteligência americana concluiu que a Rússia tentou influenciar as eleições de 2016 que levaram Trump à Casa Branca, mas o presidente negou, repetidamente, qualquer complô com Moscou.
Trump autorizou a divulgação do memorando republicano, mas não havia autorizado a publicação do democrata.
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