Procedimento cirurgico

São Domingos faz primeiro implante de CDI subcutâneo

Procedimento com Cardioversor Desfibrilador Implantável ocorreu em uma paciente de 33 anos diagnosticada como portadora de miocárdio não compactado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Engenheira Talita Moreira e os cardiologistas Fernando Oliva, Aldryn Castro, Marcelo François e Raquel de Jesus Brito
Engenheira Talita Moreira e os cardiologistas Fernando Oliva, Aldryn Castro, Marcelo François e Raquel de Jesus Brito ( Engenheira Talita Moreira e os cardiologistas Fernado Oliva, Aldryn Castro, Marcelo François e Raquel de Jesus Brito)

SÃO LUÍS - Os avanços da Medicina estão cada vez mais presentes no Hospital São Domingos. Em muitos procedimentos, o hospital é pioneiro no Maranhão, como o de implantação de um aparelho de Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI) em uma paciente de 33 anos de idade, diagnosticada como portadora de miocárdio não compactado. O problema provoca insuficiência cardíaca, arritmia e pode até levar à morte súbita.

A cirurgia foi realizada no dia 21 de fevereiro nas dependências do Laboratório de Hemodinâmica do Centro de Cardiologia do Hospital São Domingos. A equipe que realizou o implante do CDI foi formada pelos cardiologistas: Fernando Oliva, Aldryn Castro, Marcelo François e Raquel de Jesus Brito e pela engenheira Talita Moreira.

Miocárdio não compactado é uma doença genética, que acomete a pessoa durante a formação do coração, ainda na vida intrauterina, mais ou menos no terceiro mês de gestação. “Essa doença caracteriza-se pelo aumento das trabeculações do ventrículo esquerdo, cuja parte não compactada fica muito fina, o que no futuro pode gerar problemas, como insuficiência cardíaca, arritmias graves e o desfecho, na maioria dos casos, é a morte súbita. O implante do CDI é indicado como prevenção à morte súbita, enquanto se aguarda o transplante cardíaco, único modo de cura dessa doença”, detalha o cardiologista Marcelo François.

Atualmente, os CDIs são implantados por via endovenosa e são utilizados em pacientes que precisam de estimulação cardíaca. “Por outro lado, há grupos de pacientes que não precisam dessa estimulação cardíaca, e sim apenas da preservação de morte súbita cardíaca por arritmia. Esse tipo de CDI com implante totalmente subcutâneo é bem indicado para esse grupo de pacientes portadores de miocárdio não compactado”, explica o Dr. Aldryn Castro.

Vida do paciente

Essa nova prótese é implantada de forma totalmente subcutânea, é composta de um gerador, que é um minúsculo computador, e um cabo-eletrodo (minúsculo fio isolado). Em se detectando alguma arritmia fatal, a prótese é capaz de descarregar um choque elétrico (desfibrilação), salvando assim a vida do paciente. “Esse aparelho chegou há pouco tempo no Brasil e nós, do Hospital São Domingos, utilizamos pela primeira vez aqui no Maranhão. Já foi utilizado em outros estados, como em São Paulo, com grande sucesso e estamos trazendo para cá para ampliar as possibilidades de tratamento de doenças cardiológicas, como nesse caso da paciente”, diz Dra. Raquel de Jesus Brito.

Segundo ela, a prevalência dessa patologia na população brasileira é baixa - apenas 0,005% das pessoas. A maior incidência é em homens, atingindo cerca de 50% a 80% deles, apesar de também ocorrer em mulheres, como no caso da paciente submetida ao procedimento.

Dr. Marcelo Francois informa que a evolução da miocardiopatia não compactada, geralmente, é lenta, e os sintomas começam a surgir na faixa etária de 20 anos, em média. Entre eles estão palpitação, cansaço e arritmias. “Essa patologia começa com uma evolução lenta e vai piorando no decorrer da vida. No caso dessa paciente, ela estava sentindo palpitação e foi fazer uma investigação cardiológica, e então se descobriu a doença. Isso mostra a importância de sempre estar se fazendo um check up e de estarmos atentos aos pequenos sinais que o coração dá. Às vezes, uma palpitação pode ser algo simples, mas também pode ser algo grave”, alerta o especialista.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.