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Decreto de Temer torna sem efeito nomeação de Cristiane Brasil

Temer desistiu de nomeação de deputada por causa de disputa judicial que se formou logo após anúncio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Cristiane Brasil não mais assumirá o Ministério do Trabalho
Cristiane Brasil não mais assumirá o Ministério do Trabalho (Cristiane Brasil)

BRASÍLIA - O governo Michel Temer publicou na edição eletrônica da última sexta-feira (23) do Diário Oficial da União decreto que torna sem efeito a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o cargo de ministra do Trabalho. A nomeação da deputada havia sido publicada no Diário Oficial do dia 3 de janeiro, mas decisões judiciais a impediram de tomar posse.

O nome de Cristiane Brasil foi escolhido para a pasta em reunião do presidente do PTB, Roberto Jefferson, pai da deputada, com o presidente Michel Temer. Após uma disputa judicial em torno da posse de Cristiane, a deputada e líderes do PTB foram recebidos por Temer na última quarta-feira (21) e combinaram com o presidente que o partido vai indicar outro nome para a pasta.

Após a nomeação, no início de janeiro, Cristiane Brasil foi impedida de tomar posse por força de uma decisão liminar do juiz Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ).

Couceiro acolheu os argumentos de três advogados que, em ação popular, questionaram se a deputada estaria moralmente apta a assumir o cargo por ter sido revelado pela imprensa que ela foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar mais de R$ 60 mil a um ex-motorista, em decorrência de irregularidades trabalhistas.

Em seguida, a suspensão da posse foi confirmada por decisões da segunda instância da Justiça Federal no Rio de Janeiro e pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Na semana passada, Cármem Lúcia definiu que caberia à Corte decidir sobre a posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho.

Rejeitado
A indicação de Cristiane Brasil ocorreu logo após o presidente ter rejeitado o nome do deputado federal Pedro Fernandes, que havia sido indicado pelo PTB.

Pedro Fernandes não conseguiu consolidar a indicação, em decorrência da sua postura política no estado.

Ele apoia o governador Flávio Dino (PCdoB), que é oposição a Temer e classifica a gestão do emedebista de “golpista”.

Logo após ter sido rejeitado pelo Palácio do Planalto, Fernandes tentou responsabilizar o ex-presidente da República, José Sarney (MDB), de ter vetado o seu nome.

Sarney, contudo, rechaçou qualquer possibilidade, e disse que jamais foi consultado por Temer a respeito da indicação do deputado federal.

O ex-presidente também afirmou que jamais atuaria para impedir a ascensão de um maranhense em Brasília.

“No passado, não vetei nem Flávio Dino para a Embratur”, disse.

Depois de não ter conseguido assumir cargo no Governo Federal, Pedro Fernandes diminuiu as manifestações de apoio a Michel Temer.

Ele atuava em defesa, de forma efusiva, da reforma da Previdência. Mas, tem optado, agora, pelo silêncio

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