Nada definido

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

Embora o grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) tente forçar a barra de um cenário consolidado a ponto de levá-lo à vitória até em primeiro turno, o fato é que nada no processo eleitoral no Maranhão está definido. Dino não sabe, sequer, que adversários enfrentará. Também não tem garantia alguma de que terá partido X ao seu dispor e enfrentará partido Y.
O cenário ainda é totalmente indefinido, tanto do ponto de vista dos candidatos quanto da arrumação dos partidos. O que se pode dizer, apenas, é que tem Flávio Dino disputando pelo PCdoB, Roseana Sarney cotada pelo MDB e Roberto Rocha (PSDB) convicto de encarar qualquer embate. Quantas legendas estarão com Dino, Roseana, Rocha, ou outro pré-candidato que se apresente é precipitado agora estabelecer.
Rocha, por exemplo, tem hoje o controle do PSDB, o que é um trunfo fundamental em um processo - tanto para si próprio quanto para uma negociação de aliança. O deputado Eduardo Braide, por sua vez, se quiser mesmo ser candidato, não tem como ficar no PMN. E se for para o PT, como fica a aliança do partido com Dino? Se, por outro lado, conseguir apoio de legendas da base dinista - ou roseanista - com tempo suficiente na propaganda?
São questionamentos que precisam ser feitos por qualquer um que tenha o interesse na observação do cenário eleitoral maranhense.
Estabelecer agora - faltando ainda mais de quatro meses para as convenções - o número de partidos que cada candidato tem é discutir o sexo dos anjos. A conjuntura nacional, a cooptação de candidatos, a reformulação nas direções partidárias terão influência direta na montagem das chapas. E o que se vê agora, fatalmente não será o que se terá ao fim de julho, quando terminará o prazo das convenções. Insistir em cenários consolidados hoje, é não ter a capacidade de ver o amanhã. Coisa para poucos.

“Sou eu”
O deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB) já tem se apresentado aos aliados no interior como o futuro vice de Flávio Dino (PCdoB).
Em reuniões com suas bases, ele diz que deve aceitar a proposta, com a perspectiva de ser governador a partir de abril de 2022, caso Dino vença a eleição.
A íntegra de algumas das palestras de Rubens Júnior foram repassadas à coluna por gente que presenciou a reunião.

Gerando cacos
Quem anda correndo atrás de um e de outro para tentar garantir-se na vice-governadoria é o atual ocupante do cargo, Carlos Brandão (PRB).
Seu problema é que, ao pedir apoio nesse pleito, ele passa a ideia de que é o grupo do governador que precisa dele, e não o contrário.
O ar professoral do vice-governador, ao contrário de ajudar na articulação, tem gerado antipatia entre os aliados do comunista.

Fiel da balança
O senador Roberto Rocha (PSDB) passou a ser cortejado por todos os grupos políticos nesta pré-campanha.
Ele tem nas mãos o partido com um dos maiores tempos na propaganda eleitoral, o que pode ser decisivo para definir a vitória ou a derrota de um candidato.
Vale lembrar que, em 2002, Rocha foi capaz de um gesto de grandeza, ao abrir mão da disputa na tentativa de viabilizar a eleição de Jackson Lago (PDT), contra o então grupo no poder.

Plantação
A mídia mais próxima ao governador Flávio Dino começou a plantar “notícia” sobre uma possível decisão do deputado Eduardo Braide (PMN) de não disputar o governo.
Coincidentemente, as “plantinhas” passaram a ser regadas a partir da última pesquisa, encomendada pelo próprio grupo do governador.
Dino insiste na tese de que vencerá em primeiro turno, mas, para isso, tenta forçar uma disputa sem adversários, uma espécie de W.O.

Fratricida
A guerra pela segunda vaga de candidato a senador na chapa de Flávio Dino chegou ao nível de foices e martelos empunhados de forma agressiva.
Emissários do ex-governador José Reinaldo Tavares passaram a ver Weverton Rocha como persona non grata desde que este assumiu a defesa do nome da colega Eliziane Gama (PPS).
Tavares tenta usar o suposto apoio da Famem contra os dois deputados e para pressionar o próprio Flávio Dino a indicá-lo.

De braçada
Enquanto os dinistas se digladiam pela vaga de candidato, a chapa senatorial da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) está pronta.
O senador Edison Lobão (MDB) e o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), estão consolidados e com apoio incondicional do grupo.
E se dão ao luxo de serem candidatos, também, de vários aliados do próprio governo Flávio Dino.

DE OLHO

500 Foi o número de veículos postos à venda em leilão da empresa responsável por guinchar e levar os carros aprendidos pelo BPRV em São Luís

E MAIS

• Na surdina, o governador Flávio Dino vai tentando cooptar empresários do interior como doadores de campanha.

• O ex-governador José Reinaldo quer ter o controle do DEM no Maranhão para encorpar seu projeto na mesa de negociações sobre o Senado.

• Está expirando o prazo para quem espera ter uma legenda forte para disputar com peso as eleições de outubro.

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