Do passado ao presente

No esquecimento: reforma do mercado segue sem data de início

Enquanto isso, o Mercado Central, que já foi referência econômica pelo volume de vendas diárias, sofre com a evasão de comerciantes e frequentadores

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Tradicional, antigo, onde tudo pode ser encontrado e comprado, assim é lembrado o Mercado Central, que funciona desde 1941, no Centro
Tradicional, antigo, onde tudo pode ser encontrado e comprado, assim é lembrado o Mercado Central, que funciona desde 1941, no Centro

SÃO LUÍS - O Mercado Central - que já foi referência econômica na cidade pelo volume de vendas levantado diariamente - sofre com a evasão de comerciantes e frequentadores. A cada ponto visitado internamente, é possível ouvir reclamações de quem ganha a vida no local, seja em relação à infraestrutura e/ou à segurança. Até o momento, de acordo com a direção do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão, não há prazo para o início das obras de recuperação do prédio.

Enquanto isso, várias bancas e boxes sofrem atualmente com o excesso de infiltrações. A situação se agravou com a intensificação do período chuvoso na cidade. Não há nenhum registro histórico de reforma ou mesmo pintura executados interna e externamente no Mercado Central de São Luís. Segundo relatos de vigilantes do prédio, à noite, são comuns ratos circulando por entre as bancas.

O espaço da Fátima Martins, que vende artesanato no Mercado Central, é um dos mais prejudicados por infiltrações e, durante alguns dias, com a falta de água e energia elétrica. Ela afirmou que, diariamente, e dependendo da área usada para comercialização, cada comerciante paga R$ 60,00 por mês, que são repassados à administração do mercado. “A gente paga para ter isso em troca”, disse, de forma irônica. Ela falou ainda que não houve, nos últimos meses, informação nova acerca da reforma. “Ninguém sabe de nada, e a gente tenta se informar aqui na direção. Também ninguém sabe dizer nada”, afirmou.

[e-s001]O revendedor Marcos Ferreira lembrou os áureos tempos do Mercado Central. “Aqui era tudo arrumadinho, mas foi ficando bagunçado. E o tempo é cruel, desgasta mesmo”, afirmou. Além de infiltrações, fios expostos e sujeira também são vistos por entre as bancas.

Em relação à insegurança, para minimizar o problema, dois vigilantes são responsáveis pelo monitoramento do local à noite. Durante o dia, não há aparentemente nenhum profissional. Alguns lojistas instalaram câmeras de segurança por conta própria, já que os equipamentos instalados há alguns anos pela administração do mercado não funcionam mais. E, segundo um vendedor, que não quis ser identificado, os vigilantes noturnos não estão recebendo salários desde novembro do ano passado.

LEIA TAMBÉM:

Lembranças e peculiaridades do tradicional Mercado Central

O Estado conversou na quinta-feira, 15, à tarde, com o administrador do mercado, que se identificou apenas como Sebastião. Apesar de ser questionado acerca de detalhes da obra de recuperação do prédio, ele se esquivou. “Não tenho autorização para falar nada sobre isso”, disse. O administrador também não falou sobre possíveis investimentos feitos no mercado com o dinheiro arrecadado dos comerciantes e tampouco sobre medidas para conter a insegurança.

De acordo com a Prefeitura de São Luís, as obras de recuperação do Mercado Central estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do Governo Federal. Ainda segundo o Município, a recuperação é uma prioridade da atual gestão.

[e-s001]Outros detalhes
Por telefone, na sexta-feira, 16, o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary, disse a O Estado que o projeto de execução no Mercado Central está em fase final. Segundo o gestor, será necessário ainda que o documento seja encaminhado para Brasília, onde passará por avaliação da direção nacional do Iphan. “Somente a partir desse processo é que será possível precisar uma data para o início das obras”, disse.

Por enquanto, ainda não há uma definição sobre para onde serão encaminhados os comerciantes durante a reforma. A previsão inicial é que a obra deverá custar aproximadamente R$ 8 milhões.

[e-s001]MAQUETE DIGITAL
Maquete digital divulgada, em rede social, em 1º de novembro de 2016 pelo subprefeito de São Luís, Fábio Henrique Farias de Carvalho, do que será o Mercado Central após a reforma. Na ocasião, ele não deu mais detalhes do que haverá de novo na área interna do prédio após a obra, que até hoje não começou.

NÚMEROS
1941 é o ano de inauguração do Mercado Central
R$ 8 milhões é o valor inicialmente estimado para a recuperação do prédio

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.