Microempresas têm dificuldade em quitar contas no início de ano
Segundo informações do professor do curso de Economia da Faculdade Estácio, João Bosco Reis, a principal forma de as empresas garantirem o pagamento das contas de início de ano é mesmo manter o fluxo de caixa
SÃO LUÍS - Carine Dávalos é microempresária há quase três anos e mantém uma loja de vestuário em um dos shoppings da capital. “Essa época de começo de ano é indiscutivelmente mais difícil. É o período dos reajustes, desde o aluguel até os salários dos colaboradores. Sem contar os impostos, que são pagos em taxa única, como o IPTU. “Se não vendermos bem no fim do ano anterior e nos prepararmos para esses aumentos, sofremos bastante até o fim do primeiro trimestre”, analisa a empresária.
O início de ano é difícil não apenas para Carine Dávalos, mas para a maioria dos empreendedores que precisam ficar em dia com o fisco. O excesso de legislação sobre as empresas, a alta carga tributária e, muitas vezes, a falta de preparo na gestão são, em geral, os vilões dos pequenos negócios, que precisam de um esforço a mais para se manterem de pé.
Ao contrário do que pensa o senso comum, as empresas de pequeno porte não são minoria. Segundo dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Brasil possui mais de 12 milhões de micro e pequenas empresas, 170 mil apenas no Maranhão.
PIB
Juntas, as MPEs, que correspondem a 95% dos empreendimentos no Estado, geram cerca de 30% do PIB maranhense. Estabelecer políticas de proteção às MPEs e capacitar seus proprietários é fundamental para assegurar a saúde do mercado interno.
Segundo o professor do curso de Economia da Faculdade Estácio, João Bosco Reis, a principal forma de garantir o pagamento das contas de início de ano é mesmo manter o fluxo de caixa. “As vendas do natal podem ajudar nisso, já que geram um fluxo maior. Obter um financiamento para pagar as contas nunca é bom, partindo do pressuposto que no Brasil você sempre paga uma taxa de juros muito alta. Somente empresas que têm liquidez, que são financeiramente mais saudáveis, podem conseguir taxas menores. Se houver linhas de crédito mais baratas oferecidas pelo governo por algum tipo de lei específica que ofereça uma taxa menor e um prazo maior, aí sim você pode tentar, mas há que se ter muito cuidado”, alerta o especialista.
Segundo o professor, a previsão do crescimento econômico para 2018 é otimista, com estimativa de até 0,6%. O índice de confiança do consumidor ludovicense também é um dos melhores entre as capitais do Brasil, bem como o aumento do estoque de carteiras assinadas. Estes dados podem também colaborar com a manutenção de um bom fluxo de caixa que ajude os micro e pequenos empresários a se manter em dia com o fisco.
Para Carine Dávalos, o principal é ter organização. “Não é difícil, mas exige dedicação constante, organizar, direcionar e principalmente checar se está tudo saindo como o plano e dentro do orçado. Existem os títulos e contas que você já sabe que precisa priorizar, e existem outros que é possível prorrogar, conversar e facilitar a forma de a de pagamento”, completa.
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