Saúde e Bem Estar

Consulta ao oftalmologista ajuda o bom ano escolar

O baixo rendimento nos estudos ou desinteresse pelas atividades pode estar relacionado com dificuldades de visão; como as crianças não percebem essa deficiência, é importante que os pais fiquem atentos ao seu comportamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
20% das crianças em idade escolar apresentam problemas oftalmológicos
20% das crianças em idade escolar apresentam problemas oftalmológicos (oftalmologista)

Muitos pais estão terminando os preparativos para a volta às aulas. Mas, além de cuidar da compra de novos materiais, uniformes, livros, também é importante pensar na saúde visual do seu filho. De acordo com o levantamento realizado pelo CBO, aproximadamente 20% das crianças em idade escolar apresentam problemas oftalmológicos por causa de erros refracionais não corrigidos. Dessas, estima-se que 5% apresentem menos de 50% da visão normal.

“É muito comum no dia a dia do consultório descobrirmos erros de refração, que é como denominamos a miopia, astigmatismo e hipermetropia, em crianças que tinham problemas de aprendizagem ou comportamento na escola. Para evitar isso, aproveitar para ir ao oftalmologista no início do ano é uma grande oportunidade de começar as aulas da melhor maneira”, orienta o oftalmologista Geraldo Canto, da Clínica Canto.

Os problemas de visão mais comuns na infância são hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto) e miopia (dificuldade para enxergar de longe), mas as crianças também podem desenvolver astigmatismo (dificulta visão de longe e perto), estrabismo e insuficiência de convergência (dificuldade dos dois olhos em trabalhar coordenadamente, causando diversos sintomas). Como as crianças não percebem que têm dificuldade para enxergar, é importante que os pais fiquem atentos no comportamento delas. “Quando a criança tem alguma dificuldade visual, costuma ter dores de cabeça, desinteresse pelo estudo, baixo desempenho escolar, fica muito próxima da televisão e de aparelhos eletrônicos ou tem mania de franzir os olhos para conseguir enxergar. Caso perceba essas atitudes em seu filho, é importante procurar um oftalmologista”, ressalta o oftalmologista.

As dores de cabeça e desinteresse nas atividades escolares também podem ser um sinal de cansaço visual, que costuma ocorrer após longos períodos de leitura ou estudo em condições inadequadas. “Nesse caso, não se trata de nenhum problema visual, é apenas um desconforto por atitudes inadequadas na hora de estudar. A recomendação é que se evite ambientes escuros, lembrando que mesmo durante o dia pode haver necessidade de ligar a luz, que a intensidade da iluminação da tela do computador ou tablet não seja muito alta e que sejam feitas pausas a cada 20 minutos, orientando a criança a olhar para o horizonte ou algum lugar mais longe pela janela, o que ajuda a descansar a visão”, explica Geraldo Canto. “Mas, caso surjam sintomas, é importante fazer uma consulta com o oftalmologista para saber se realmente é apenas um desconforto visual ou se existe algum erro de refração”, salienta.

Segundo o oftalmologista, o ideal é que o acompanhamento seja realizado anualmente e iniciado antes mesmo da alfabetização. “A primeira consulta da criança deve ser feita entre os seis a 12 meses de idade, quando já é possível verificar a existência de um grau mais elevado, diferença de visão entre os olhos, diferença de grau ou fixação do olhar. Desse período até ela ser capaz de se expressar sozinha, o exame é feito pela avaliação dos olhos depois de uma dilatação da pupila. A partir do momento em que a criança já consegue se comunicar e se demonstra colaborativa, já começamos também a usar imagens de desenhos, números ou letras”, detalha.

SAIBA MAIS

Adaptação

Quando a criança é muito nova, nem sempre é feita uma indicação de óculos. “As muito jovens, com graus baixos, não costumam ter prescrição de óculos, exceto exista alguma dificuldade visual ou estrabismo que seja detectado no exame. No geral, recomendamos óculos para crianças quando elas têm hipermetropia acima de 3 graus, miopia acima de 1,5 grau e astigmatismo acima de 1,5 grau. Mas varia muito, conforme avaliação de cada caso”, considera o oftalmologista Geral Canto.

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