NA FOLIA

Domingo de Carnaval animado na Passarela do Samba, em São Luís

Os três principais pontos de folia, na Madre Deus, Beira Mar e Passarela do Samba, foram marcados por muita alegria e diversão na noite de ontem

Robert W. Valporto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

A folia continuou tomando conta dos circuitos de Carnaval na capital maranhense no segundo dia de Carnaval. Os três principais pontos de folia, na Madre Deus, Beira Mar e Passarela do Samba, onde começaram os desfiles das escolas, foram marcados por muita alegria e diversão na noite de domingo (11).

Na Madre Deus o destaque da noite foi para os tradicionais blocos carnavalescos que agitaram o circuito com muito brilho e, mesmo debaixo de chuva, levaram os foliões às ruas daquele bairro, a exemplo dos Blocos Renovação do Ritmo e Tropicais do Ritmo que agitaram a festa carnavalesca em vários pontos do circuito.

Situação parecida com o Circuito beira Mar, onde desde as 15h os foliões já estavam concentrados para aproveitar a festa com os tradicionais blocos que lotaram aquele ponto festivo. Alguns dos blocos que se apresentaram naquele circuito foram os Vamu di Samba & Coso Reviver; Lamparina com Pinduca e Gaby Amarantos; Sou do Povão; Samba de Rua; Jegue Folia; dentre outros.

Passarela do Samba

A primeira noite de apresentação das escolas de samba da Ilha foi aberta com a Unidos de Ribamar que trouxe Uma Noite de Natal na Passarela de Carnaval como temática para o desfile.

A apresentação foi voltada aos símbolos que fizeram parte daquele dia que é considerado, para alguns, como o de nascimento do Menino Jesus, associados às comemorações do Natal nos dias atuais, com destaque às tradicionais vestimentas em vermelho e branco da figura do Papai Noel.

Para Rubem da Silva Pereira, que estava caracterizado de Anjo da Paz pela escola, foi muito gratificante participar desse momento. “Estar aqui é uma sensação maravilhosa, principalmente pelo fato de que estamos representando nossa cidade [São José de Ribamar] e levando sua alegria para a passarela”, relatou.

A segunda escola a se apresentar foi a Mocidade Independente da Ilha com o tema De Barra da Jurema a Buriticupu: A Mocidade e o Sonho de Colonização de um Povo, com uma série de homenagens e referências ao povo daquela região, como o bumba meu boi e a vaquejada.

Também destacaram os povos indígenas em suas fantasias, como lembrança dos primeiros residentes naqueles lugares. Também foram homenageadas as principais características da natureza da região, como supracitado na letra do samba “os buritizais e pés de Cupu cheio de flores”. Por fim, a religião, com lembrança do padroeiro da cidade, São Francisco de Assis.

A terceira a ir para a Avenida foi a Terrestre do Samba com o tema Viva Anjo da Guarda: 50 anos de Mistérios, Segredos e Tradições. A escola fez uma sequência de referências à história do bairro Anjo da Guarda, em São Luís, como os aspectos de sua história, cultura e demais recordações.

O destaque nessa escola foi a homenagem aos tradicionais feirantes da Feira do Anjo da Guarda, ponto marcado da capital maranhense onde pessoas de bairros diferentes chegam a se locomover até lá pela grande movimentação e oferta.

A quarta escola da noite foi a Marambaia, homenageando, na temática, o Nordeste Brasileiro. A escola começou o desfile com a música Asa Branca, de Luís Gonzaga, uma das maiores referências da música nordestina na história do Brasil. Logo no começo houve um minuto de silêncio em solidariedade a um ex-coreógrafo da Marambaia.

O destaque ficou por conta das fantasias dos tradicionais cangaçeiros que são citados vez e outra em produções da literatura se tratando do Nordeste, além dos carros alegóricos que remeteram à seca com exemplos dos ossos, cactos secos e cabeças de gado, referências normalmente utilizadas para simbolizar o tema. Eles utilizaram, na letra do samba, a esperança de um Brasil sem corrupção e tabalharam carros lembrando o a culinária nordestina, clubes de futebol, entre eles os maranhenses, até as festas de São João.

A quinta escola a entrar na avenida foi a Turma da Mangueira. O tema da escola foi O Jubileu de Álamo Oxóssi convidou o Panteão dos Orixás para o Xirê da Mangueira, fazendo referência ao ubanda, religião considerada uma das tradicionais do Maranhão.

No enrendo, a escola comemora seus 90 amos, sendo a mais velha do Maranhão e uma das mais antigas do Brasil. Para comemorar esse aniversário, a Mangueira convida os Orixás, simbolizados nas vestimentas e os carros alegóricos que fizeram menção aos domínios (Terra, Água, Ar, Fogo) onde eles se encontram.

A última a ir para a passarela foi a atual campeã do Carnaval maranhense, a Favela do Samba, com o tema Nas trilhas do Sul do Maranhão uma Coluna Vertebrada com Ossos feitos de Sonhos e Esperança.

A escola fez referências à chegada de Carlos Prestes ao Brasil, sua travessia pelo Rio Tocantins chegando ao Sul do Maranhão, bem como as mitologias criadas como a do Bicho Papão que comia as crianças, os Anjos e Cavaleiros da Esperança.

A escola finalizou as apresentações trazendo temática do atual cenário brasileiro de protestos em prol das políticas públicas de qualidade, combate à pobreza e corrupção, simbolizados com placas e casas de taipa nos carros alegóricos da escola de samba.

Turistas

Na passarela uma família de turistas da Colômbia se faziam presentes. Eles vieram para acompanhar a mãe, e avó para alguns, que ia desfilar em uma das escolas de samba na noite de ontem.

Uma delas foi a empolgada estudante Emily Lopez, de 17 anos, que conversou com O Estado e contou como estava se sentindo pela primeira vez no Brasil. “Estou achando muito bonito toda essa cor, esse brilho, o sorriso dos que estão desfilando... o Carnaval do Maranhão é algo muito legal e lindo. Vou levar isso comigo”, relatou sorridente.

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