Estado Maior

Estranha homenagem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

Em 2011, a então governadora Roseana Sarney (MDB) foi duramente criticada pela oposição ao anunciar homenagem da escola de samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro, ao Maranhão. Mas Roseana Fez tudo às claras, divulgando orçamento e mostrando o impacto positivo da homenagem no turismo maranhense.
Sete anos depois, outra escola de samba, desta feita a Acadêmicos do Tatuapé, de São Paulo, também fará homenagem ao Maranhão. Mas o caminho para que essa “homenagem” ocorresse é que tem sido cercado por estranhas questões.
Em primeiro lugar, a Tatuapé anunciou a homenagem ao Maranhão em fevereiro de 2017, logo após o Carnaval vencido por ela em São Paulo. Na época, blogs revelaram que o enredo seria pago pelo Governo do Estado. A repercussão negativa - e a inevitável comparação com a crítica que o próprio Dino fizera sete anos antes - acabou levando o governo comunista a negar que fosse patrocinar o Carnaval da escola paulista.
Até porque havia muitas coincidências em jogo: a madrinha da escola é a sambista Leci Brandão, do mesmo partido de Flávio Dino, que vem ganhando dinheiro ano após ano como cantora no Réveillon patrocinado pelo comunista. Além dela, o carnavalesco da Tatuapé é um maranhense também vinculado ao partido de Dino.
Com a negativa de Dino, a escola de São Paulo - já com enredo, samba e todo o roteiro pronto - foi orientado a procurar o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT). Evangélico, Edivaldo também negou apoio à escola, sobretudo pelo fato de que o samba, já pronto, não contemplava a capital maranhense.
Mas eis que, às vésperas do Carnaval, o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB) - outro aliado de Flávio Dino -, anunciou, ele próprio, que a Tatuapé iria homenagear a cidade balneária com o enredo sobre o Maranhão. Luis Fernando apressou-se em garantir que nenhum custo teve a “homenagem” para a Prefeitura.
O problema é que o samba que irá ser cantado neste fim de semana não tem uma palavra sequer que remeta a São José de Ribamar. Trata-se do mesmo samba oferecido primeiro ao governo, depois à Prefeitura de São Luís. Sem tirar nem pôr.

Escândalo
Virou mais um escândalo do governo Flávio Dino a denúncia de deputados da própria base sobre secretários que usam a máquina na compra de votos.
A cada dia aumenta o número de parlamentares que revelam casos envolvendo auxiliares do comunista.
A denúncia é mais grave porque caracteriza claramente um crime eleitoral.

“Aluguel camarada”
Depois de completar 1 ano do escândalo do “aluguel camarada”, como ficou conhecida a locação de um imóvel na Aurora, o Governo desativou o anexo da Funac e instalou uma companhia da PM no local.
Seria esta a forma de amenizar a crise com a comunidade e tentar neutralizar as críticas aos já constatados privilégios concedidos ao proprietário do imóvel, que é filiado ao PCdoB.
Ocorre que a “companhia militar”, na verdade, sequer existe. No local, há apenas um policial de plantão, sem viatura. Alô, Ministério Público.

Presentes
Os deputados federais maranhenses Hildo Rocha e João Marcelo chamaram a atenção do telespectador do Jornal Nacional, da TV Globo, na quinta-feira.
Eram os únicos no plenário da Câmara na antevéspera do feriado de Carnaval.
Detalhe: a matéria do JN falava sobre falta de quórum para votação em plenário. Mas não destacou a presença dos dois maranhenses.

Sem voto
Repercutiu negativamente a declaração do chefe da Articulação Política do governo, Márcio Jerry, de que iria “ajudar a eleger Gastão Vieira”.
Vieira tem quase 30 anos de vida pública, com várias eleições e com o saldo de mais de 1 milhão de votos nas eleições de 2014.
Márcio Jerry nunca disputou sequer uma eleição na vida; e quando entrou em disputas estudantis, foi derrotado por seus hoje colegas de governo.

Constrangido
Abatido pelas fortes denúncias de uso da máquina por secretários em troca de apoio político, Flávio Dino (PCdoB) assiste inquieto à queda de mais um dos seus discursos.
Eleito em 2014 com a defesa da moralidade na política, Dino defendia a erradicação da prática do uso da máquina. Disse que acabaria com privilégios e não permitiria o uso de recursos públicos em benefício pessoal.
Mas não conseguiu. Deputados governistas denunciam secretários que trocam ações nos municípios por apoio eleitoral. E Flávio Dino segue constrangido.

DE OLHO
R$ 12 bilhões

É quanto a WTorre pretende investir em um porto em São Luís, agora embargado pela Justiça maranhense

Mais mortes
O aumento da ordem de 12% de mortes em leitos do SUS no Maranhão nos últimos três anos é reflexo da falta de gestão no setor no Executivo estadual.
Sucateamento das UPAs, cortes nos salários de servidores, sobretudo do HTO, corte de repasses a municípios que mantêm hospitais de 20 leitos e desvios de recursos públicos, como apontou a PF, desmontaram a estrutura de Saúde do estado.
No início de 2015, quando assumiu o mandato, Flávio Dino encontrou uma rede de saúde estruturada [Programa Saúde é Vida]. Em pouco mais de três anos, conseguiu desmontar o que recebeu.


E MAIS

• Prefeitos e deputados estaduais discutiram ontem uma saída política para o problema envolvendo as festas carnavalescas no interior.

• Ganhou forte repercussão, inclusive nacional, o caso do jornalista Samir Ewerton, denunciado por assédio sexual em troca de emprego.

• O governador Flávio Dino tem feito um esforço hercúleo para parecer um folião autêntico neste Carnaval de ano eleitoral.

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