Brasília
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem a redução da taxa básica de juros da economia, que passou de 7% para 6,75% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado. Este foi o 11º corte consecutivo na Selic, que alcançou o menor patamar já registrado desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. Também é a menor taxa de juros de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.
No documento em que comunica a decisão, o Copom informou que, dado o cenário atual, o mais adequado é encerrar o ciclo de redução da Selic. "Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", diz o comunicado. A próxima reunião do Copom será em 21 de março.
Entretanto, o comitê ressalvou que possíveis mudanças no cenário econômico até esta data podem levar a um novo corte dos juros. "Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", diz o texto.
Reforma da Previdência
Entre os fatores que serão levados em consideração pelo Copom para tomar a decisão sobre um novo corte nos juros está "a continuidade das reformas e ajustes econômicos necessários na economia brasileira", como a reforma da Previdência, que pode ter efeito negativo para a inflação. "O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural”, diz o texto.
Outro fator é o mercado internacional, que tem passado por um período de volatilidade. O Copom afirmou que, por ora, "o cenário externo tem se mostrado favorável" para o controle da inflação brasileira. "Isso tem contribuído até o momento para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes, apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas”, diz.
No entanto, o documento ressalta que "o risco [para a inflação] se intensifica no caso de reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes".
Pouco depois do anúncio do BC, o presidente Michel Temer usou sua conta no Twitter para comemorar a decisão. De acordo com ele, a redução dos juros é um incentivo para investimentos e para a geração de empregos no país. “O Brasil acaba de receber uma ótima notícia. A taxa básica de juros caiu para o menor nível da história, para 6,75% ao ano. Isso é motivo para comemorar”.
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Estabilidade
A expectativa do mercado, colhida pelo Banco Central e divulgada no relatório Focus na segunda-feira, 5, aponta para uma estabilidade dos juros a partir de agora. Os analistas preveem que a Selic permanecerá em 6,75% ao ano até o fim de 2018, o que significaria o fim o ciclo contínuo de redução da taxa, iniciado em outubro de 2016.
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