Selic

Copom reduz juro básico para 6,75% ao ano, menor taxa desde 1986

Banco Central aponta para fim do ciclo de redução da taxa, mas diz que pode fazer novo corte dependendo de ''mudanças no cenário econômico''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

Brasília

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem a redução da taxa básica de juros da economia, que passou de 7% para 6,75% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado. Este foi o 11º corte consecutivo na Selic, que alcançou o menor patamar já registrado desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. Também é a menor taxa de juros de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.

No documento em que comunica a decisão, o Copom informou que, dado o cenário atual, o mais adequado é encerrar o ciclo de redução da Selic. "Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", diz o comunicado. A próxima reunião do Copom será em 21 de março.

Entretanto, o comitê ressalvou que possíveis mudanças no cenário econômico até esta data podem levar a um novo corte dos juros. "Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", diz o texto.

Reforma da Previdência

Entre os fatores que serão levados em consideração pelo Copom para tomar a decisão sobre um novo corte nos juros está "a continuidade das reformas e ajustes econômicos necessários na economia brasileira", como a reforma da Previdência, que pode ter efeito negativo para a inflação. "O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural”, diz o texto.

Outro fator é o mercado internacional, que tem passado por um período de volatilidade. O Copom afirmou que, por ora, "o cenário externo tem se mostrado favorável" para o controle da inflação brasileira. "Isso tem contribuído até o momento para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes, apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas”, diz.

No entanto, o documento ressalta que "o risco [para a inflação] se intensifica no caso de reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes".

Pouco depois do anúncio do BC, o presidente Michel Temer usou sua conta no Twitter para comemorar a decisão. De acordo com ele, a redução dos juros é um incentivo para investimentos e para a geração de empregos no país. “O Brasil acaba de receber uma ótima notícia. A taxa básica de juros caiu para o menor nível da história, para 6,75% ao ano. Isso é motivo para comemorar”.

Mais

Estabilidade

A expectativa do mercado, colhida pelo Banco Central e divulgada no relatório Focus na segunda-feira, 5, aponta para uma estabilidade dos juros a partir de agora. Os analistas preveem que a Selic permanecerá em 6,75% ao ano até o fim de 2018, o que significaria o fim o ciclo contínuo de redução da taxa, iniciado em outubro de 2016.

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