Editorial

Batalhão de fachada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

O 20º Batalhão de Policia Militar, instalado no imóvel alugado pelo Governo do Estado, na bairro Aurora, pertencente a um filiado ao PCdoB, onde até o fim do ano passado funcionou uma unidade de ressocialização da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), parece ser só fachada. Com apenas dois policiais e nenhuma viatura, o batalhão não tem servido ao propósito pelo qual a comunidade tanto lutou, que é a garantia da ordem e da segurança pública da comunidade do bairro.

Sem a mínima estrutura para atender uma ocorrência, o 20º BPM só é assim chamado porque uma placa indica que no prédio funciona - ou deveria funcionar - uma unidade policial. De resto, não se vê qualquer movimentação ou aparato policial que dêem à população a certeza de que está protegida por um batalhão militar. Pelo contrário, a imagem é de um prédio desguarnecido, totalmente vulnerável, que não oferece à população a mínima segurança contra a ação da bandidagem, a cada dia mais numerosa e com ações audaciosas contra a população.

A praça e a quadra de futebol inauguradas pela administração estadual, graças a um acordo firmado na Justiça, convenceram parte da comunidade da suposta boa intenção palaciana para com a Aurora e seus habitantes. A desativação da unidade da Funac e imediata instalação do batalhão policial reforçou em muitos a sensação de que o Estado estaria disposto a amparar o bairro. Mas um grupo de populares, cientes de que ainda há muito a fazer para mudar a realidade da localidade, se mantém firme, na cobrança dos direitos aos quais fazem jus.

A inoperância do 20º BPM chamou atenção e causou indignação nos moradores que não se deixaram seduzir por algumas benfeitorias feitas pelo governo na Aurora e por outras formas de cooptação. Até porque é de conhecimento geral que todas as ações realizadas pelo Estado no bairro foram na base da pressão da imprensa local e nacional e também da Justiça.

Para piorar, o favorecimento escancarado a um membro do PCdoB se manteve, mesmo após a desativação da Funac na Aurora, pois a unidade militar foi montada no mesmo prédio que foi pivô do escândalo nacional, o chamado “aluguel camarada”, preservando o contrato de locação no valor mensal de R$ 9.563,33, por meio do qual o comunista já embolsou quase R$ 300 mil, desde agosto de 2015.

Uma prova de que nem mesmo a exposição negativa do governo na mídia, muito menos uma possível intervenção da Justiça e/ou dos órgãos de fiscalização e controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), são capazes de fazer frente ao poder supremo que emana do Palácio dos Leões, que a todos intimida, abrindo caminho para todo tipo de abuso e arbitrariedade.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.