SÃO LUÍS - A unidade da Polícia Militar do Maranhão no bairro da Aurora, em São Luís, inaugurada pelo Governo do Estado no dia 3 do mês passado com um ano de atraso após promessa feita pelo Poder Executivo à população, mantém uma equipe constituída por apenas dois policiais. Em determinados horários, o prédio - que funcionou durante todo o ano passado como um anexo para ressocialização de jovens da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) - é mantido com a vigilância de apenas um praça. Viaturas também não foram vistas, e os cidadãos do bairro alegam que a sensação de insegurança persiste. Vários são os relatos de assaltos na região.

O Estado compareceu à unidade na tarde de ontem, por volta das 16h, e constatou que o portão de acesso ao local permanecia aberto durante os expedientes matutino e vespertino, desprotegendo o prédio. No horário, havia apenas um policial, que preferiu não se identificar. Ele alegou que estava sozinho no prédio, pois o outro que deveria estar na unidade da PM ainda não havia terminado o “horário do almoço”. Também não deu mais detalhes sobre a rotina no prédio.

Inseguros

Na parte interna da unidade, não havia nenhum sinal de reforma feita para readequação do prédio às necessidades da polícia. Sem o policiamento adequado no bairro, a população reclama de falta de assistência no quesito segurança. A dona de casa Valquíria Lima Santos, cuja casa está fixada em frente ao prédio da PM, disse que não houve nenhuma melhora com a presença da unidade da polícia. “Inclusive, uma vizinha nossa estava falando que foi assaltada aqui, na Rua Frei [Hermenegildo], há alguns dias. E quando a gente precisar pedir ajuda, como eles vão atrás do bandido?”, questionou, se referindo à ausência de viatura.

Uma vizinha nossa estava falando que foi assaltada aqui, na Rua Frei [Hermenegildo], há alguns dias. E quando a gente precisar pedir ajuda, como eles vão atrás do bandido?”Valquíria Lima Santos, dona de casa

A falta de policiamento na unidade do 20º Batalhão da PM na Aurora contrasta com o efetivo visto em outras sedes de batalhão, que possuem homens restringindo o acesso às dependências internas.

Acordo
A representação da polícia no bairro fez parte do acordo, firmado em janeiro do ano passado, entre a comunidade, que foi contrária à instalação de uma unidade da Funac na Aurora, e representantes do Governo. Na ocasião, uma das medidas que deveria ser tomada pelo Governo, como forma de compensação imediata, era a instalação de um prédio da Polícia Militar. Apesar da promessa, o serviço somente foi fixado no bairro oficialmente no início deste ano.

O prédio que sedia o batalhão da polícia, na Aurora, e que recebeu internos da Funac foi alvo de polêmica em 2017. O caso ganhou repercussão nacional e ficou conhecido como “aluguel camarada”, em referência ao proprietário do imóvel, que recebeu pagamentos por parte do Governo para a manutenção do local. O detalhe é que o prédio permaneceu por vários meses fechado e ainda assim os pagamentos foram feitos.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que o policiamento na Aurora é realizado constantemente pelo 20º BPM, com o apoio do Batalhão de Choque, Grupo Tático Móvel (GTM) e pela Ronda Tática Móvel (Rotam).

A SSP ressaltou, ainda, que as forças de segurança atuam 24 horas na área, em diálogo com a comunidade, na qual são desenvolvidas ações preventivas para inibir quaisquer tipos de criminalidade. Durante o patrulhamento, são realizadas abordagens a veículos e a pedestres.

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