Saúde

Taxa de detecção de hanseníase no Brasil diminui em dez anos

De acordo com o governo, a doença ainda preocupa; em uma década, índice de detecção diminuiu 42%, porém, em 2016 foram notificados mais de 25 mil novos casos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

BRASÍLIA - Em dez anos, o Brasil conseguiu diminuir em 42,3% a taxa de detecção geral de hanseníase no país. No entanto, mesmo com um índice menor do que em 2007, foram registrados 25.218 novos casos da enfermidade em 2016, número que ainda é considerado de alta endemicidade, fazendo com que a doença ainda seja encarada como um problema de saúde pública.

Em 2007 a taxa de detecção da doença era de 21,19 casos por 100 mil habitantes, e passou para 12,23 casos por 100 mil habitantes, em 2016. Essa e outras informações sobre o boletim epidemiológico da patologia foram divulgadas pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, ontem - conhecida também como o dia mundial de luta contra a doença -, enquanto lançava a Campanha Nacional de Luta Contra a Hanseníase 2018 em Belém, no Pará.

Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.

A doença, que é mais frequente nas regiões norte, nordeste e centro-oeste foi mais incidente no Mato Grosso, com 3.167 casos, Maranhão, 2.715, e Pará, 2.359.

Campanha

De acordo com o governo, “o enfrentamento da doença baseia-se na busca ativa de casos novos para o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção das incapacidades e investigação dos contatos, como forma de eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença. O diagnóstico e o tratamento são ofertados pelo SUS, disponível em unidades públicas de saúde”.

A campanha, lançada ontem no Pará, deverá ser veiculada em todos os estados e tem público prioritário masculino na faixa etária entre 20 e 49 anos, por ser a parcela da população com maior número de casos diagnosticados.

Porém, o público idoso também receberá atenção especial, por se tratar de um grupo com alta taxa de detecção de casos novos com grau 2 de incapacidade físicas causadas pela hanseníase.

Doença

Doença infecciosa crônica e transmissível, a hanseníase já foi chamada de lepra , e é uma enfermidade que afeta principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos.

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a transmissão é feita de uma pessoa doente para outra. O contato precisa ser próximo e prolongado, botando em risco familiares ou pessoas que moram junto com o paciente, por exemplo.

Como a doença atinge a pele e nervos, se não tratada precocemente pode causar incapacidade e deformidades físicas. O principal sintoma são manchas em qualquer parte do corpo, principalmente com alteração de sensibilidade ao calor e ao toque, mas também pode haver alteração nos nervos periféricos, na mucosa do trato respiratório superior e nos olhos.

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