Sem previsão

Obras de maternidade na Operária estão paradas

Prefeitura ainda não deu prazo para a finalização dos trabalhos, que se arrastam há, pelo menos, cinco anos; serviços estão orçados em quase R$ 25 milhões; maternidade deveria atender aproximadamente 50 mil pessoas

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Obra está paralisada e não há previsão de recomeço; espaço serve para descarte de lixo e para usuários  de drogas que perambulam na área
Obra está paralisada e não há previsão de recomeço; espaço serve para descarte de lixo e para usuários de drogas que perambulam na área (maternidade)

Anunciada em 2013 e acumulando mudanças no prazo de conclusão nos últimos anos, a maternidade da Cidade Operária - prevista inicialmente para ser finalizada em junho deste ano - está com obras paradas. O Estado esteve no local onde deveriam funcionar as novas instalações e constatou que os trabalhos ainda não foram reiniciados. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que - a pedido da empresa responsável - a obra passa por processo de distrato (anulação).

Ainda de acordo com a pasta, assim que for concluído o procedimento, a obra será “relicitada”. O Município não informou se o prazo de término (junho/2018) será cumprido.

Com valor orçado em R$ 24.807.123,41 - oriundos dos cofres federais -, a maternidade (cujas obras começaram em julho de 2014) deveria atender uma população estimada em aproximadamente 50 mil pessoas. No entanto, a área de 6 mil metros quadrados demarcada para receber o serviço está tomada pelo lixo e mato. Além disso, as colunas - feitas pela construtora anterior detentora da obra - estão em processo de deterioração.

Sem estar cercada, a área serve tanto como estacionamento informal de veículos) como, de acordo com moradores do entorno, de abrigo para usuários de drogas. “Eu não queria nem falar sobre isso, mas já vi gente usando espaço para usar drogas”, disse revoltado um morador vizinho ao local da maternidade, que preferiu não se identificar.

O mecânico José Benedito Garcia, que reside em frente ao local onde deveria estar construída a maternidade, disse a O Estado que um abaixo-assinado foi feito pela população e encaminhado, no ano passado, à Prefeitura de São Luís. O documento, segundo ele, cobrava celeridade nos serviços. “A gente quer esta obra com a máxima urgência. Algo fundamental para a comunidade que, no entanto, está ficando desguarnecida diante de tanto descaso das autoridades”, disse.

Em janeiro do ano passado, em nota encaminhada a O Estado, a Prefeitura alegou que, devido à troca na construtora até então responsável pelos trabalhos, houve uma revisão no cronograma estipulado para a conclusão da maternidade. Até aquela data, de acordo com dados do Portal da Transparência, haviam sido liberados R$ 3.386.000,00 para os serviços.

Dados atualizados também do Portal da Transparência apontam que, somente em 2017, foram encaminhados R$ 39.101.291.796,84 para serviços de média e alta complexidade na saúde, o que inclui, por exemplo, a construção e futura manutenção da maternidade. Caso não seja concluída até junho próximo, este seria o terceiro adiamento da obra em quase três anos. O primeiro aconteceu em junho de 2015 e, em seguida, uma nova data foi estipulada em julho do ano seguinte.

Após concluída, de acordo com o projeto inicial e com base em dados do próprio Município, a maternidade terá 132 leitos (100 para internação e outros 20 para UTIs infantis e neonatais).

NÚMEROS
Valor da obra da maternidade: R$ 24.807.123,41
Valor encaminhado ao Município até janeiro do ano passado: R$ 3.386.000,00
Recursos para serviços de média e alta complexidade em São Luís: R$ 39.101.291.796,84

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