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Mobilização popular nas redes busca soluções para bairros

Bairros da Grande Ilha possuem páginas, grupos e até sites, com relatos dos anseios da comunidade; violência, falta de infraestrutura e precariedade na saúde são os problemas mais relatados nas redes sociais da região metropolitana

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

[e-s001]Falta de segurança, precariedade do transporte coletivo, problemas no setor da Saúde, enquetes e homenagens a falecidos das comunidades são alguns dos assuntos mais relatados e interagidos pela população da Grande Ilha, por meio das redes sociais. Bairros da Cidade Operária, Maiobão, Cidade Olímpica, Cohama, Vinhais, entre outros, possuem páginas, grupos e, alguns, até mesmo sites, onde são publicados, curtidos e comentados os anseios das comunidades.

Na página “C. Operária Deprê”, em uma rede social, uma publicação sobre a superlotação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro, por falta de profissionais, mobilizou 206 pessoas que curtiram a postagem, gerou 17 comentários e 25 compartilhamentos, e críticas ao Governo do Maranhão.

Ainda sobre a unidade de saúde, e mais uma vez criticando o governo, a página trouxe uma publicação sobre o desabamento de uma parte da estrutura da UPA, após uma forte chuva que caiu em São Luís na madrugada de sexta-feira, 19, o que rendeu 131 curtidas. Outra publicação, na mesma página, faz críticas à situação precária da Avenida Paraíso, no Jardim Tropical, na divisa de São Luís com São José de Ribamar. A via está intrafegável e repleta de lama, pela falta de asfaltamento. “Não tem prefeito?”, perguntou a internauta Jhovania Lima em seu comentário na postagem. “Paraíso? Parece o inferno”, disparou Carlos Gabriel.

Com 1.557 amigos, a página “Cohama Bairro” publicou a seguinte pergunta: “Olá, pessoal. Como vai o nosso bairro?”. Deu o que falar. Foram 40 comentários sobre diversos problemas no bairro. “Cheio de buracos e muitos ladrões! Infelizmente, está um caos...”, comentou Joaciney Cristina. “Está como toda a Ilha. Buracos, violência e engarrafamento na via principal”, disparou Rogério Garcez. “Tá tudo beleza... 6h da tarde, então, uma maravilha... Podemos andar ou estacionar o carro na garagem na maior tranquilidade... Melhor, impossível”, ironizou Bene Reis Filho. A página também possui um site.

Outras postagens na página são de homenagens a falecidos, como a morte do frei Mário Palloni, que estava à frente da Igreja Menino Jesus de Praga. Ele era italiano, mas tinha recebido o título de Cidadão Ludovicense. “Boas lembranças tenho dele. Descansa em paz, homem de muita fé e força de vontade. Deus recebeu ele de braços abertos”, escreveu a seguidora Deusivania Sampaio. Outro falecimento foi o de um conhecido do bairro, Janilson Eduardo Aragão Diniz, de 34 anos. A postagem rendeu 106 curtidas.

Com um total de 4.755 membros, o grupo “Maiobão Notícias e Divulgação” é espaço de discussão sobre os mais variados assuntos do cotidiano. A internauta Mônica Alves relatou a sua indignação por causa do aumento dos valores das passagens de ônibus e o serviço do transporte público. “Eu sei que um erro não justifica o outro, mas é por isso que os carrinhos-lotação estão a cada dia ganhando mais espaço e prioridade em sua utilidade. Afinal, é um preço muito abaixo do que o oferecido pelo transporte público, o qual, nesse caso, o governo tem, por direito, garantir um serviço de qualidade e que caiba no bolso dos milhares de estudantes e trabalhadores que ganham, mensalmente, um salário mínimo. Alguém pensa nessa classe? Ah, sim! Só em tempo de campanha. Tinha esquecido. Sorry!”, disparou. O bairro Vila Palmeira também tem um grupo na rede social. “Neste grupo, iremos trocar ideias, melhorias, projetos, fofoca, notícias, propagandas, assuntos diversos. Esse é seu espaço de descobrir, falar, digitar, homenagear quem você queira. Seja bem-vinda, comunidade”, diz a proposta.

Associação
“Essas páginas, grupos, tanto em aplicativos de conversa como nas redes sociais, e sites funcionam como uma associação de bairro. Em vez de as pessoas se reunirem numa associação física, para discutir a problemática e debater soluções no bairro em que residem, elas têm a facilidade de se comunicar por meio das redes sociais. Há uma aproximação. Mas essas pessoas têm que ter sempre bom senso no que vão falar, para não causar confusão ou transtorno. Não tem que se limitar ao seu bairro”, explicou o delegado Odilardo Muniz, do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos do Maranhão (DCCT-MA).

O delegado também relatou que já viu uma situação em que uma pessoa fez um desabafo nas redes sociais e o problema foi resolvido. “Um motorista se acidentou devido a um buraco na Avenida dos Holandeses e postou a sua indignação nas redes sociais. Após isso, a situação foi solucionada”, disse.

[e-s001]Na página “Cidade Operária da Depressão”, os seguidores criticam a situação do transporte público coletivo que circula na região. Com uma imagem de um ônibus superlotado, os internautas comentam sua insatisfação. “Socorrão dois um sufoco”, escreveu Leandrinho Oliveira. “Esse ai tá melhor que andar de residencial Tiradentes”, disparou Lillyann Ksandra.
Cansados de tantos casos de assaltos, moradores do bairro do Vinhais, em São Luís, criaram um grupo em um aplicativo de conversa, de nome “Alerta Vinhais”, para informar, quase em tempo real, onde está ocorrendo crime e quais ruas as pessoas devem tomar mais cuidados quando estiverem circulando.

De acordo com os administradores do “Alerta Vinhais”, o objetivo é manter a população local sempre informada sobre tudo o que acontece no bairro, principalmente no que se refere a casos de violência e ajudar a polícia a encontrar suspeitos de cometer delitos no bairro. l

SAIBA MAIS

Páginas pesquisadas:

“C. Operária Deprê”
“Cohama bairro”
“Grupo Maiobão Notícias e Divulgações”
“Cidade Operária da Depressão”
“Vila Palmeira – São Luís /MA
“Alerta Vinhais”

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