Crise

Conselho da Caixa destitui 3 vice-presidentes

Vice-presidentes já haviam sido afastados pelo presidente da República Michel Temer

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Caixa Econõmica Federal
Caixa Econõmica Federal (Foto: caixa economica)

BRASÍLIA – O Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal se reuniu ontem em Brasília e confirmou a destituição de três dos quatro vice-presidentes do banco que haviam sido afastados por determinação do presidente Michel Temer na semana passada.

Foram destituídos dos cargos os seguintes vice-presidentes: Antônio Carlos Ferreira (Corporativo); Roberto Derziê de Sant’Anna (Governo) e Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias).

O quarto vice-presidente afastado, José Henrique Marques da Cruz (Clientes, Negócios e Transformação Digital), foi restituído ao cargo. De acordo com a Caixa, a restituição de Cruz ocorre "em razão da constatação, em investigações interna e independente, de ausência de elementos suficientes para configuração de sua responsabilidade".

A decisão de afastar os quatro vices foi anunciada por Temer após recomendação do Ministério Público Federal do Distrito Federal e do Banco Central. Em dezembro, o MPF já havia pedido o afastamento, mas a recomendação foi rejeitada por Temer.

Os pedidos foram apresentados em razão das suspeitas de irregularidades investigadas pelo MPF e pela Polícia Federal.

Os quatro vice-presidentes afastados foram indicados por partidos políticos como o PR, o PRB e o PMDB, e a decisão de afasta-los gerou descontentamento dentro da base aliada do governo.

A decisão só pôde ser tomada porque houve mudança no estatuto do banco público na última sexta-feira, adequando-o à nova lei das estatais. Com essa alteração, o Conselho da Caixa passou a ter a prerrogativa de nomear e de afastar vice-presidentes, algo antes restrito ao presidente da República.

A Caixa Econômica Federal informou ainda que decidiu o "início imediato" de processo competitivo de seleção, "com apoio de empresa especializada, para todos os cargos de vice-presidente, nos termos previstos no novo Estatuto do banco". Este processo de seleção, acrescentou a Caixa, ocorrerá nos próximos 12 meses.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já havia informado recentemente que os vice-presidentes da Caixa que não haviam sido afastados por determinação do presidente Michel Temer na semana passada também passariam por uma avaliação técnica para permanecer no cargo.

"A primeira etapa do processo de seleção abrangerá as vice-presidências Corporativo; Governo; Fundos de Governo e Loterias e Administração e Gestão de Ativos de Terceiros. Foi aprovado ainda o início do processo de contratação de empresa especializada para rever a estrutura organizacional da Caixa", informou a instituição.

A Caixa tem mais vice-presidentes do que seus concorrentes. Enquanto a instituição tem doze vice-presidentes, o Banco do Brasil, também controlado pelo governo federal, tem nove. No caso dos bancos privados, o número também é menor. O Bradesco tem sete. O Itaú, cinco, mas com dois diretores-gerais abaixo da presidência.

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