Preservação

Parque dos Lençóis tem nova portaria de acesso que beneficia cidades vizinhas

Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, assinou portaria, junto com o coordenador de Uso Público do ICMbio, Pedro Menezes, que define as regras de circulação de veículos dentro do parque

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Ministro Sarney Filho fala sobre regras para preservação ambiental do Parque dos Lençóis
Ministro Sarney Filho fala sobre regras para preservação ambiental do Parque dos Lençóis (Em Santo Amaro, o ministro Sarney Filho fala sobre regras para preservação ambiental do Parque dos Lençóis)

BARREIRINHAS - A chegada do asfalto nos municípios de Barreirinhas e em Santo Amaro, no Maranhão, principais acessos ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, está aumentando de forma expressiva o fluxo de turistas – brasileiros e estrangeiros- para esta unidade de conservação e o interesse de empresários que querem investir em projetos de infraestrutura turística e serviços.

Diante desse quadro, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, visitou Santo Amaro do Maranhão, no sábado,20, onde assinou portaria que define as regras de circulação de veículos dentro do Parque, junto com o coordenador de Uso Público do ICMbio, Pedro Menezes. Em outra portaria, foi criado o programa Amigos do Parque com o objetivo de engajar as comunidades da região nos programas de voluntariado do ICMbiO.

A medida visa beneficiar os moradores dos municípios situados no entorno do parque: Santo Amaro, Primeira Cruz e Barreirinhas. O ministro anunciou a construção de uma sede da UC em Santo Amaro, para ajudar na fiscalização da área de 150 mil hectares.

Critérios

Em maio do ano passado, o ministro assinou outra portaria que estabeleceu critérios para o cadastramento e autorização dos serviços de condução de visitantes e transporte com fins turísticos. O objetivo foi garantir que os empresários locais que trabalham com transporte dentro do parque não fossem prejudicados nos períodos de alta temporada.

“Todas essas medidas estão em fase de construção, desde a indenização de pessoas que vivem no interior do parque, ao cadastramento dos moradores dos municípios, bem como novas obras de infraestrutura”, explicou Sarney Filho.

De acordo com o diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Paulo Carneiro, a segunda portaria foi necessária para dar maior segurança aos moradores dos municípios vizinhos e garantir a sua participação na gestão do Parque. “Nosso objetivo, com uma série de projetos em cursos na região, é ter um parque funcionando com o uso público bom e organizado. Acreditamos que o turismo também é uma ferramenta de conservação”, defendeu

Unesco

Antes de assinar a portaria, Sarney Filho reuniu-se com moradores de Santo Amaro, empresários do setor de turismo, os vereadores e a prefeita da cidade, Luziane Lopes Lisboa e o deputado estadual Evilázio (PV).

Ele ressaltou a importância dos Lençóis para o meio ambiente e voltou a afirmar que o Ministério do Meio Ambiente enviará à Unesco, até dezembro, proposta para que o parque seja reconhecido como Patrimônio Mundial.

“Este reconhecimento é um selo que distingue um parque de outros, permitindo obter mais recursos para preservação e a promoção dos moradores das áreas vizinhas”, afirmou o ministro.

Demandas

Os moradores de Santo Amaro do Maranhão estão preocupados com o impacto do turismo na região e citam o grave assoreamento do Rio Alegre, de água cristalina, que dá acesso à cidade. Anos atrás, na época de chuvas, o rio atingia a profundidade de dois metros, mas agora a água não chega a meio metro.

O ministro prometeu que enviará recursos do MMA para apoiar um programa de revitalização do rio, a exemplo que tem sido feito em outros estados.

“Precisamos de recursos do Governo Federal para resolver uma série de problemas e preparar a cidade para receber os turistas”, pediu a prefeita Luziane Lopes.

Cuba Santos, guia de turismo e morador antigo da cidade, se queixa do intenso fluxo de jipeiros que aumenta a cada ano. “A subida e descida das dunas que margeiam as lagoas acabam levando muita areia para o fundo. Com isso, algumas delas já estão ficando mais rasas a cada ano”, disse. Ele cita a Lagoa da Gaivota, que chegava a seis metros de profundidade quando cheia e agora a parte mais funda atinge 1.5 metro.

Preocupação semelhante foi levantada por proprietários de pousadas mais antigas. Camila Fontenelle conta que os próprios moradores se organizaram desde que o asfalto chegou perto da cidade. Junto com ICMbio, eles assumiram o controle dos veículos, abrindo estacionamentos antes da travessia do rio Alegre. Dalí em diante, o turista segue em carros adaptados para cruzar o rio e visitar as dunas, que ficam muito próximo da cidade.

Formada em História, enquanto trabalha na pousada da família, ela se prepara para fazer o mestrado e o doutorado. “Quero resgatar a história de Santo Amaro e lutar para que a sua riqueza cultural e ambiental seja preservada”. Ela lamenta que um padre, que ficou pouco tempo na paróquia da cidade, tenha derrubado a igreja da Conceição, construída pelos jesuítas em 1700 e construído em seu lugar outra mais moderna.

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