Poluição

Praias da Ponta d´Areia e de São Marcos estão condenadas e impróprias para banho

Trechos bastante frequentados da orla da Grande Ilha foram avaliados acima dos níveis permitidos de balneabilidade.

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Apesar da poluição, Praia de São Marcos estava lotada no domingo
Apesar da poluição, Praia de São Marcos estava lotada no domingo (Praias)

SÃO LUÍS- Em pleno período de férias escolares, as praias da Ponta d´Areia - uma das mais frequentadas da orla da Grande Ilha - e de São Marcos estão condenadas e impróprias para banho. Os trechos registraram, a partir de amostras coletadas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), índices de coliformes fecais acima do permitido pela pasta. Ainda de acordo com o laudo expedido pela Sema, dos 21 trechos analisados, 16 são considerados inapropriados para banho.

Das seis praias monitoradas, apenas a praia do Meio está integralmente liberada para uso. Na praia da Ponta d´Areia, por exemplo, foram analisados seis pontos distintos (ao lado do Forte Santo Antônio, atrás do Hotel Praia Mar, atrás do Bar do Dodô, em frente à praça de apoio ao banhista, em frente ao edifício Herbene Regadas e em frente ao Hotel Brisa Mar). Em todos estes locais, a amostra de água superou os 2.00 coliformes fecais por 100 mililitros de água estabelecidos como base dos estudos de balneabilidade e estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Além das praias de São Marcos e Ponta d´Areia, outros pontos da orla como as praias do Calhau, Olho d´Água e do Araçagi estão parcialmente vetados pelo poder público. Na praia do Calhau, por exemplo, que costuma receber grande público especialmente nos fins de semana, dos três pontos checados, dois (66% do total) estão impróprios. Apenas a parte da praia à direita da elevatória II da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) está liberada para uso.

Na praia do Araçagi, outro ponto da orla com grande fluxo de frequentadores, dos três pontos analisados, dois (em frente ao bar Novo Point e em frente ao Bar do Isaac) estão impróprios para banho. Apesar dos resultados negativos quanto à qualidade da água do mar da orla da Ilha, no sábado (20) e ontem (21), foi registrado grande número de pessoas em várias praias da cidade, incluindo as praias condenadas pelo Estado.

Sinais de sujeira

Na terça-feira (16), O Estado publicou o reaparecimento da “língua negra” - fenômeno caracterizado por especialistas como o despejo de esgoto in natura em trecho da orla da Ilha (próximo ao parquinho da avenida Litorânea) por meio do Rio Calhau. Devido ao lançamento de resíduos em um trecho apontado pelo Governo por meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) como “próprio”, conforme atestavam a placa fixada pela pasta no local e o laudo expedido pelo órgão ambiental até o dia 11 deste mês, o mau cheiro incomodava a quem passava próximo.

Apesar da constatação do problema, em nota, a Caema informou que “vem trabalhando na despoluição do Rio Calhau”. Segundo o órgão, o despejo de esgoto em um dos representantes hidrográficos da cidade e, em consequência, na orla da cidade, é causada pela existência de pontos clandestinos de redes de tubulação instalados ao longo do rio.

A Caema prometeu ainda que está em andamento a construção de uma elevatória para a “despoluição” do Rio Calhau, que deverá sanar o problema. Não há previsão, até o momento, para a conclusão dos trabalhos.

Relação balneabilidade e chuva

Além da ausência de um sistema de tratamento adequado de esgoto, de acordo com especialistas, a elevação dos índices de poluição nas praias de São Luís tem relação direta com o crescimento, nas últimas semanas, dos índices pluviométricos na cidade. Em agosto do ano passado, em entrevista a O Estado, o cientista ambiental Márcio Vaz apontava que, com a queda - na ocasião - no percentual de chuvas, a quantidade de impurezas carregadas pela enxurrada diminuiria. A partir deste ano, ele previa cenário oposto com o início das chuvas. “Na verdade, a relação não é direta com as temperaturas, mas com o volume de chuvas, já que os rios e lagos estagnam e as impurezas não são levadas ao mar, no caso de estagnação das chuvas. Este processo se inverte completamente quando as chuvas começam”, explicou.

Trechos impróprios

Praia da Ponta d´Areia

Ao lado do Forte Santo Antônio

Atrás do Hotel Praia Mar

Atrás do Bar do Dodô

Em frente a Praça de Apoio ao Banhista

Em frente ao Edifício Herbene Regadas

Em frente ao Hotel Brisa Mar

Praia de São Marcos

Em frente aos Bares Do Chef e Marlene’s

Em frente à Barraca da Marcela

Em frente ao Agrupamento

Em frente ao IPEM e ao Bar Kalamazoo

Foz do Rio Calhau

Praia do Calhau

Em frente a Pousada Tambaú

Em frente ao Bar Malibu

Praia do Olho d’Água

À direita da Elevatória Pimenta I

Praia do Araçagi

Em frente ao Bar Novo Point

Em frente ao Bar do Isaac

Trechos próprios

Praia do Calhau

À direita da elevatória II da Caema

Praia do Olho d´Água

À direita da Elevatória Iemanjá II

Praia do Meio

Em frente ao Bar do Capiau

Em frente ao Bar da Praia

Praia do Araçagi

Em frente ao Fatima’s Bar

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema)

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