A novela entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e o deputado federal José Reinaldo Tavares (sem partido) – que aparentemente ainda não se entenderam sobre a candidatura do parlamentar ao Senado – ganhou novo capítulo no início deste ano.
No dia 2 de janeiro, primeiro dia útil de 2018, foram exonerados oito servidores da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Energia (Seinc), todos indicados pelo ex-governador. Saíram da pasta cinco assessores sênior, um assessor técnico, um assessor especial e uma secretária executiva.
O ato, curiosamente, além do titular da Seinc, Simplício Araújo, foi assinado também pelo sobrinho de José Reinaldo, o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), e publicado no Diário Oficial do dia 3 de janeiro. Procurado pela reportagem de O Estado, o socialista não se manifestou sobre o assunto.
O Estado apurou, no entanto, que a exoneração dos aliados irritou o pré-candidato a senador, que tomou conhecimento das baixas apenas depois de deixar o país para uma viagem de férias.
A José Reinaldo, membros do governo disseram que as exonerações foram um equívoco e que o ato seria anulado. Um aliado do deputado garantiu, ontem, que a anulação já foi efetivada. Mas ainda não oficialmente publicada.
Tensão
O fato é mais um foco de tensão já existente entre o governador Flávio Dino e o deputado José Reinaldo.
Recentemente, o comunista deu uma declaração que desagradou ao parlamentar. Em entrevista coletiva no Palácio dos Leões, o chefe do Executivo negou que tenha prometido ao deputado Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM, partido para onde José Reinaldo deve ir, que o ex-governador já estaria garantido como seu segundo candidato a senador – o primeiro é Weverton Rocha (PDT).
“Não foi bem assim. Essa reunião realmente houve aqui no Maranhão. Eu e o Rodrigo somos amigos há muitos anos, fomos deputados juntos, e me foi feita a seguinte pergunta: ‘O fato de o ex-governador Zé Reinaldo se filiar no DEM é um critério que o exclua da chapa do Senado?’ Eu respondi: ‘De modo algum’. E devolvi ao Maia outra pergunta: ‘E o DEM ficará conosco?’ Ele respondeu: ‘Sim, ficará’.”, disse.
No mesmo dia em que a entrevista fora divulgada, o próprio pré-candidato, que participou da reunião, reagiu.
“Acho que estou velho demais e não devo ter entendido bem o que ouvi. Só pode ser isso”, desdenhou José Reinaldo, que tem sustentado a tese de que, mesmo sem apoio do Palácio, será candidato a senador.
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