Já está definida em São Luís uma área que deverá abrigar a Segunda Esquadra da Marinha. A informação foi repassada a O Estado pelo novo comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, o capitão-de-Mar-e-Guerra Márcio Ramalho Dutra e Mello, que assumiu oficialmente a nova função em solenidade realizada na segunda-feira,15, no Complexo do Jenipapeiro, na capital. Segundo o novo comandante, a base naval – que depende de liberação de recursos do Ministério da Defesa – deverá ser instalada em área cedida recentemente pelo Exército Brasileiro, na Ponta da Espera.

Ao falar sobre o projeto, que posicionará o Maranhão como referência nas rotas de navegação, o capitão dos Portos - que sucede o capitão André Luiz Trindade - também falou sobre outros temas, como a fiscalização das embarcações e a formação de futuros membros da Marinha.

O Estado: Há alguns anos vem sendo desenvolvido um projeto para implantar a Segunda Esquadra da Marinha no Maranhão [ a primeira está situada no Rio de Janairo] , considerando a posição estratégica do estado. Há alguma novidade sobre esta iniciativa?

Capitão Márcio Ramalho: Sim, inclusive nós já temos uma área na Ponta da Espera, em São Luís, cedida pelo Exército, para instalação, a longo prazo, desta base naval. Seria um marco para o estado e para o país, inclusive já há um projeto para a instalação, na área, de uma organização militar [uma Companhia de Fuzileiros Navais] nos próximos meses. Homens da Marinha também estão no local para fazer a proteção do espaço.

O Estado: O que falta exatamente para a instalação definitiva desta Esquadra?

Capitão Márcio Ramalho: Dependemos de recursos do Ministério da Defesa para a implantação do projeto que, sem dúvida, integra o planejamento da Estratégia Nacional de Defesa e que contará com grande efetivo para a sua manutenção definitiva no futuro.

O Estado: O senhor está assumindo o comando da Capitania dos Portos. Como o senhor viu a sua indicação para a função?

Capitão Márcio Ramalho: Comecei na Marinha em 1994 e três anos mais tarde ingressei na aviação naval, onde por cerca de duas décadas exerci as mais diferentes funções, dentre elas, a de coordenar o segundo esquadrão de helicópteros, onde fui instrutor. Em seguida, meu nome foi honrosamente indicado para exercer a função aqui no Maranhão.

O Estado: Como o senhor recebeu a sua indicação?

Capitão Márcio Ramalho: Com surpresa, positiva, é claro (risos). Na verdade, sei da responsabilidade do novo cargo e procurarei exercer com afinco os projetos desenvolvidos pelo meu antecessor. Foi um trabalho executado com muita competência e dar prosseguimento a este trabalho será um grande desafio de minha carreira.

O Estado: Dentre os desafios, está a fiscalização das embarcações. Como desenvolverá este trabalho?

Capitão Márcio Ramalho: Por meio das operações ostensivas e pela mobilização do nosso efetivo. Atualmente, estamos executando ações, como a Operação Verão, que ocorrerá até o fim da estação que dá nome ao trabalho. Em paralelo a este trabalho, acontece a Operação Travessia Segura, com foco nos meios de transporte usados para esporte e recreio, como o caso dos jet-skis.

O Estado: Há um levantamento sobre o número de pessoas que conduzem embarcações de forma irregular?

Capitão Márcio Ramalho: Este trabalho vem sendo desenvolvido por nossos homens. Além do certificado de navegação, cada pessoa que conduz uma embarcação também deve ter uma autorização oficial que deve ser expedida pela Capitania dos Portos.

O Estado: Por fim, como está o interesse dos jovens para ingresso na Marinha?

Capitão Márcio Ramalho: Com empolgação. É cada vez mais recorrente o interesse dos jovens em seguir a carreira naval. Recentemente, a Marinha ofereceu concurso temporário para ingresso na corporação e houve o registro de grande índice candidato por vaga. Trata-se de uma carreira sólida e que deve ser seguida.

Saiba mais

A Capitania dos Portos do Maranhão foi criada em 28 de julho de 1946 por meio do Decreto nº 358. Seu funcionamento é regulado pelo Decreto nº 447, de 17 de maio de 1846, com atribuições específicas de polícia naval. Além desta função, a entidade também realiza a conservação de porto, inspeção, administração de faróis, balizamento, matrícula de gente do mar e do tráfego dos portos e das costas.

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