Artigo

Mentiras brasileiríssimas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

Todo mundo mente em todo lugar do mundo, mas o que distingue o mentiroso brasileiro é que, por ser tão desonesto, consegue enganar a si próprio, passando a acreditar na mentira que ele próprio inventa. E o pior para a verdade é que o mentiroso brasileiro tem uma obsessão: deseja que os outros também acreditem na sua mentira.

Ora, como todo poderoso tende para a arrogância, deriva-se, como evidente, que a mentira há de imperar neste país: por vocação, por talento e, se isso ainda não for suficiente, por imposição. Haja mentira pra todo lado!, este país se dando ao luxo de se aprimorar nas ‘mentiras fora de série’, ou seja, as brasileiríssimas: que todos acabam aceitando como se fossem verdades.

1.Deus é brasileiro.

Pode até ser, mas qual deles? Tem deus que se presta pra tudo neste país, desde para fazer papel de gaiato em discurso de Michel Temer até a aparecer feito guru, um tanto a contragosto, em música de Roberto Carlos. Já o Deus único, exclusivo e onipotente esse parece ter corrido há algum tempo desta terra depois que tanta gente não quis mais ser rei e preferiu ser Deus. Primeiro foi Pelé, depois FHC, Lula, e agora, Neymar que vai fazer vestibular para ser deus na próxima Copa, na boca de Galvão Bueno.

Aparentemente, foram dois os sinais evidentes de que o Deus verdadeiro não queria mais nada com esta Terra: primeiro o 7 x 1 da Alemanha, depois quando um raio cortou a mão do Cristo Redentor, logo depois. Os vários sinais de sua debandada seguiram, sendo o mais eloquente a presença de um sujeito como Gilmar Mendes no Supremo Tribunal deste país (outro que se considera Deus). Hoje já não resta mais dúvida: Deus nos disse Adeus.

2.O Brasileiro não é preconceituoso.

Durante muito tempo acreditou-se que o Brasil era um país em que não havia preconceito racial. Tudo ia relativamente bem até que inventaram o tal sistema de cotas, para despertar o “monstro”. Hoje, além do preconceito racial surgiram à tona vários outros, sendo o mais intolerante o que se pratica contra gente honesta. Honesto é mal visto, na escola (onde sofre bullyng por causa disso); nas reuniões sociais (rejeitado quando pretendente ao sexo oposto, por não ter futuro) nas blitzes da lei seca (ser honesto é o primeiro passo para ser tratado como bandido) e, principalmente, na política, onde simplesmente não tem vez.

É tanto o preconceito que a ideia de um sistema de cotas para o honesto chegou a ser idealizado, para evitar tanta discriminação. O problema passou a ser a formação da banca julgadora. Como encontrar um honesto para descobrir quem seja honesto?

3. Brasileiro é bom naquilo.

Durante muitos anos o macho brasileiro acreditou piamente nisso, mas parece que se esquecia de perguntar à sua mulher. Novas pesquisas denunciaram que a coisa não é tão boa assim a julgar pelas caixas de pílulas azuis e similares que são consumidas neste país (segundo lugar no mundo) . Como afrodisíaco natural é o que não falta: guaraná, catuaba, açaí, samba, praia, e carnaval, cada vez mais fica evidente que bom nisso é mesmo a fêmea brasileira até mesmo porque dentro e fora do país ela dá verdadeiro baile, dançando lambada em pé, deitada, e em todas as posições do kama-sutra (vide Anitta). E ainda sobra para o Pablo Vittar.

José Ewerton Neto

Autor de O ABC bem humorado de São Luis

E-mail: ewerton.neto@hotmail.com

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