Governo Temer

Temer deve trocar algo em torno de 14 ministros que vão para disputa eleitoral

Presidente quer que todos os candidatos que estão no governo deixem os cargos antes da votação da Reforma da Previdência, para facilitar as negociações na Câmara Federal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Michel Temer intima ministros a decidir se saem ou não do governoo
Michel Temer intima ministros a decidir se saem ou não do governoo (Michel Temer)

BRASÍLIA - Assim como em um dos programas de maior sucesso da televisão brasileira, a grande expectativa no governo do presidente Michel Temer é sobre quem será o próximo a deixar o governo. Com 14 ministros no paredão das eleições, a tendência é de que as próximas semanas sejam de intensa movimentação na Esplanada. Na posição de “big boss”, o chefe do Executivo já mandou o recado pelo “big fone”: quem quiser sair para concorrer a cargos eletivos que saia logo para dar espaço às negociações da reforma da Previdência, prevista para ser votada na Câmara em 19 de fevereiro. Agora, o público está à espera da carta de demissão daqueles que vão deixar o jogo.

No Planalto, a estratégia principal é agradar aos partidos. Temer está tomando cuidado e deixando claro que os substitutos dos ministros-candidatos precisam ter a chancela dos líderes e presidentes de legendas. Com isso, mesmo que os nomes escolhidos venham a ter um perfil mais técnico do que político, terão de, necessariamente, cabalar votos para aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria em fevereiro. Além disso, estará em jogo também a utilização do fundo partidário e do fundo eleitoral, sob responsabilidade dos presidentes de partidos. Eles poderão controlar, em tese, quem terá dinheiro para campanha com base no tamanho da fidelidade ao governo.

É uma aposta arriscada. Ao dar corda para que os partidos escolham os ministros em troca de votos no Congresso, o governo ficará com pouca margem de cobrar se, no final, as coisas derem errado. E as legendas, em tese, também poderão ficar blindadas de eventuais derrotas, já que a conquista dos 308 votos necessários para aprovar as mudanças na Constituição é uma tarefa árdua e que ainda está longe de ser alcançada.

Algumas trocas já realizadas deixam claro, contudo, essa aposta. Alexandre Baldy (Cidades) e Cristiane Brasil (Trabalho), por exemplo, são considerados pelo governo nomes mais representativos na hierarquia partidária. “O objetivo é ampliar a base e manter a coligação, aproveitando a mudança (a troca de ministros) para garantir mais apoio”, ponderou uma fonte palaciana.

Nem assumiu o posto ainda e Cristiane já enfrenta o primeiro revés com a divulgação de que ela foi condenada em 2016 a pagar uma dívida trabalhista de R$ 60,4 mil ao motorista Fernando Fernandes, que prestava serviços para ela e para sua família, conforme decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1) confirmada em segunda instância. Um processo mais recente foi registrado em 2017 por outro motorista: Leonardo Eugêncio de Almeida Moreira. Neste caso, o desfecho foi diferente. A então deputada se comprometeu a pagar R$ 14 mil, em parcelas de R$ 1 mil, além de assinar a carteira de trabalho.

Nova ministra do trabalho toma posse terça-feira

Cristiane Brasil é filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e foi convidada pelo presidente Michel Temer

BRASÍLIA - A posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho e Emprego no governo de Michel Temer está marcada para terça-feira, 9, no Palácio do Planalto, às 15h. O convite do presidente foi aceito na quarta-feira, 3, pela parlamentar, após encontro entre ele e o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que é pai de Cristiane.

O comando da pasta está vago desde a semana passada, quando Ronaldo Nogueira pediu demissão para se candidatar às eleições em outubro deste ano.

Para concorrer a cargos eletivos a nível nacional, ministros de Estado precisam se afastar do cargo com seis meses de antecedência. Até abril, portanto, outros assessores diretos do presidente devem deixar os postos se quiserem concorrer, como o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que manifestou intenção nesta quinta-feira, 4, e Marcos Pereira, que comandava o ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e deixou a pasta.

Na quarta-feira, após acertar a substituição de Nogueira com Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Roberto Jefferson disse que a filha não tentaria reeleição como deputada pelo Estado do Rio de Janeiro para continuar à frente do ministério até o fim do ano. Em seu lugar, o próprio presidente do PTB e ex-delator do mensalão informou que se candidataria à Câmara, mas em uma vaga representando São Paulo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.