Fronteira

Coreias reabrem canal de comunicação na fronteira

O Departamento de Estado dos EUA informou que a Coreia do Norte pode estar tentando ganhar tempo e, principalmente, romper as ligações entre Seul e Washington

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

PYONGYANG - A Coreia do Norte reabriu uma linha de fronteira com a Coreia do Sul ontem. A atitude foi tomada horas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ter um botão nuclear "muito maior e mais poderoso" do que o do ditador norte-coreano Kim Jong-un.

A decisão de reabrir a linha telefônica da fronteira, que foi cortada há cerca de dois anos, ocorre também um dia depois que a Coreia do Sul se mobilizou para discutir com um emissor norte-coreanos o programa de mísseis e também a participação do país nos Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang.

Toda a mobilização se deu após Kim Jong Un declarar que estava aberto a conversar com Seul e que consideraria o envio de uma delegação para a Olimpíada em PyeongChang, que começa em 9 de fevereiro.

Conversas

Nos EUA, a reação do governo Donald Trump foi a de que não participaria de conversas entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul se elas não contribuíssem para desmobilizar a corrida armamentista dos norte-coreanos. Os EUA mantêm 28.500 soldados no Sul, legado da Guerra da Coreia (1950-1953).

O Departamento de Estado dos EUA informou que a Coreia do Norte pode ​​estar tentando ganhar tempo e, principalmente, romper as ligações entre Seul e Washington.

Kim ordenou uma reabertura da linha direta na aldeia de Panmunjom às 06h30 GMT ontem, quando funcionários da Coreia do Sul na fronteira receberam uma chamada do Norte, disse o Ministério da Unificação do Sul em uma mensagem de texto.

O canal de comunicação de Panmunjom, vilarejo na fronteira entre os dois países onde o cessar-fogo da Guerra da Coreia (1950-53) foi assinado, foi reaberto às 3h30 (horário de Brasília).

"A conversa telefônica durou 20 minutos", declarou um funcionário do ministério da Unificação da Coreia do Sul, sem detalhar o conteúdo da conversa.

Sério e sincero

A linha direta com a Coreia do Sul foi encerrada pelos norte-coreanos em fevereiro de 2016, em retaliação contra o fechamento de uma fábrica na fronteira que era operada conjuntamente pelos dois países.

"Vamos tentar manter comunicações estreitas com o lado sul-coreano, com uma posição sincera e atitude honesta de nossa liderança suprema, para tratar do envio de nossa delegação", afirmou Ri Son Gwon, presidente do Comitê para a Reunificação Pacífica da Pátria da Coreia do Norte, a um canal estatal.

"As negociações visam viabilizar o envio de uma delegação norte-coreana para a Olimpíada", reforçou Ri.

O porta-voz do governo da Coreia do Sul, Yoon Young-chan, afirmou que a decisão dos norte-coreanos de abrir uma linha direta teve significado muito importante porque isso permite manter uma comunicação constante.

Reações

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, considerou que seu país "não levará a sério qualquer reunião (entre Seul e Pyongyang) que não preveja a total proibição de armas nucleares na Coreia do Norte".

Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse que as Coreias devem aproveitar a Olimpíada como uma oportunidade para melhorar os laços e fazer esforços concretos para aliviar a tensão. "Todos os lados relevantes devem aproveitar essa tendência positiva na península coreana e se mover na mesma direção", disse Geng, em um boletim de notícias divulgado em Pequim.

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