Tensão

Líder supremo do Irã diz que inimigos causaram instabilidade

Pelo menos mil pessoas foram presas em diferentes cidades do Irã desde o início dos protestos contra o governo do país na última quinta-feira; apenas em Teerã, província onde fica a capital do país, 450 manifestantes foram presos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Khamenei disse que irá se pronunciar sobre os eventos recentes "quando o tempo for certo"
Khamenei disse que irá se pronunciar sobre os eventos recentes "quando o tempo for certo" (Khamenei disse que irá se pronunciar sobre os eventos recentes "quando o tempo for certo")

TEERÃ - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou ontem os inimigos da República Islâmica de provocarem instabilidade no país, à medida que continuam os protestos antigoverno iniciados na semana passada.

"Nos últimos dias, inimigos do Irã usaram diferentes ferramentas, incluindo dinheiro, armas, política e aparatos de inteligência para criar problemas para República Islâmica", disse o aiatolá, segundo publicação em seu site. Khamenei disse que irá se pronunciar sobre os eventos recentes "quando o tempo for certo".

Pelo menos mil pessoas foram presas em diferentes cidades do Irã desde o início dos protestos contra o governo do país na última quinta-feira, segundo as autoridades locais e representantes das forças de segurança.

Apenas em Teerã, província onde fica a capital do país, 450 manifestantes foram presos, de acordo com o vice-governador da província, Ali Asgar Naserbajt.

O vice-promotor da cidade de Mashad, Hassan Heidari, informou que 138 pessoas foram presas. O comandante dos Guardiões da Revolução da província de Kerman, Golam Ali Abuhamze, disse que na cidade de mesmo nome há mais de 80 detidos.

Em Hamedan, no oeste do país, os presos superam 150, de acordo com o governador da província, Ali Toali.

Em várias cidades e províncias do país, as autoridades se militaram a falar que há "grupos" de detidos nos protestos.

Ameaça

O governo do Irã ameaçou ontem os manifestantes, afirmando que aqueles que participarem de protestos podem ser acusados de vários crimes, alguns deles punidos com a pena de morte.

"A cada dia que passe e as pessoas sejam detidas, aumentará seu crime e castigo e nós já não os consideramos manifestantes pelos seus direitos, mas como pessoas que querem prejudicar o regime", disse hoje o presidente do Tribunal Revolucionário de Teerã, Musa Ghazanfarabadi, segundo a agência iraniano de notícias "Tasnim".

Os detidos serão declarados culpados de diferentes delitos, entre os quais figuram "atentado contra a segurança nacional" e "inimizade com Deus", ambos punidos com a pena de morte, esclareceu Ghazanfarabadi.

Pelo menos 21 pessoas morreram nos enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes antigovernamentais, cujos protestos começaram no último dia 28 de dezembro.

Início

Em 28 de dezembro, centenas de pessoas se manifestaram na segunda maior cidade do país, Mashhad (nordeste), contra a alta dos preços, contra o desemprego e contra o governo do presidente Hassan Rouhani.

Segundo imagens de vídeo difundidas pela mídia reformista Nazar, os manifestantes gritavam "Morte a Rohani!" e criticaram os compromissos do governo no âmbito regional antes mesmo que no âmbito doméstico.

Policial morto

As autoridades acusam grupos "contra-revolucionários" com sede no exterior de utilizar estas redes para convocar manifestações e utilizar coquetéis Molotov e armas de fogo.

O presidente Rouani reconheceu domingo, 31, que o governo deve "permitir um espaço" para que a população possa expressar suas "inquietudes diárias", mas condenou "a violência e a destruição de bens públicos".

Na noite do domingo, 31, violentos protestos aconteceram em uma dezena de cidades. Um policial iraniano morreu e outros três ficaram feridos por disparos de fuzil em Nayafabad, no centro do Irã.

Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu sobre a situação no Irã no dia 31, acusando o país de financiar o terrorismo.

"O povo [iraniano] está finalmente acordando para como seu dinheiro e riqueza está sendo roubado e esbanjado no terrorismo", afirmou.

Trump critica constantemente o acordo firmado por seu antecessor, Barack Obama, com Teerã, de levantamento de sanções internacionais contra o país em troca do fim do programa nuclear. Durante os protestos, ele também criticou o bloqueio de redes sociais no país.

Depredação

Vídeos publicados em redes sociais na segunda-feira,1º, mostraram um confronto intenso entre forças de segurança e manifestantes que tentavam ocupar uma delegacia de polícia, que foi parcialmente incendiada, na cidade central de Qahderijan.

Surgiram relatos não confirmados de várias vítimas entre os manifestantes. O governo disse estar restringindo temporariamente o acesso ao aplicativo de mensagens Telegram e ao Instagram. Também houve relatos de que o acesso à internet móvel foi bloqueado em algumas áreas.

Início

Em 28 de dezembro, centenas de pessoas se manifestaram na segunda maior cidade do país, Mashhad (nordeste), contra a alta dos preços, contra o desemprego e contra o governo do presidente Hassan Rouhani.

Segundo imagens de vídeo difundidas pela mídia reformista Nazar, os manifestantes gritavam "Morte a Rohani!" e criticaram os compromissos do governo no âmbito regional antes mesmo que no âmbito doméstico.

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