Foi marcado por comoção e homenagens o sepultamento do corpo de Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Lideranças políticas de todas as regiões do estado, familiares, amigos e colegas de profissão [da Medicina] prestaram homenagens ao pedetista, que lutava contra um câncer no intestino há quatro anos.

O corpo de Humberto foi velado no Ginásio da Faculdade de Ciência e Tecnologia do Maranhão (Facema), onde houve celebração religiosa conduzida pelo capelão pastor Caetano; logo depois seguiu em cortejo por algumas das principais vias da cidade de Caxias até a capela da família, situada ao lado do Cemitério Olaria, para o sepultamento.

O governador Flávio Dino (PCdoB) se solidarizou a família.

“Pela primeira vez, em 11 anos, eu chego aqui e Humberto Coutinho não estava me esperando. Jamais pensei que um dia eu ia assinar um decreto oficial em homenagem a esse grande homem”, disse.

Flávio Dino destacou o laço de amizade que mantinha com Humberto. “Humberto foi muito leal comigo [...]. Você [Cleide Coutinho] pode contar comigo; Caxias pode contar comigo. A maior homenagem que podemos dar é uma salva de palmas ao amigo Humberto Coutinho”, completou.

Viúva de Humberto, Cleide Coutinho agradeceu ao gesto, lembrou da trajetória de Humberto e do pedido para ser transferido de um hospital de São Luís para a sua residência em Caxias, onde passou os últimos dias.

“Agradeço a sua gentileza, que fez com que isso acontecesse perto dos amigos e da sua família”, reportou-se a Dino.

Homenagens – O prefeito da cidade de Caxias, Fábio Gentil, lamentou a morte de Humberto.

“Ele era um ser humano de coração extraordinário; foi um político que contribuiu muito para o crescimento de Caxias e os frutos por ele plantados continuarão a ser regados. É uma perda irreparável”, disse o prefeito.

Os ex-deputados Marcone Farias e José Gentil também prestaram homenagens.

Membros da bancada maranhense na Câmara Federal, deputados estaduais, vereadores e prefeitos da região, se solidarizaram à família.

Deputados estaduais, colegas de Parlamento de Humberto, lamentaram a perda do líder político.

“É com o sentimento de tristeza que estamos aqui na despedida de Humberto Coutinho que deixa um vácuo muito grande na política do Maranhão”, afirmou Othelino Neto (PCdoB), já no exercício da presidência da Assembleia Legislativa.

Alexandre Almeida (PSD) afirmou que Humberto Coutinho conseguiu através de sua profissão, como médico, transformar a vida de milhares de maranhenses. “Ele tinha a arte de ouvir; teve uma carreira muito destacada. Sujeito que vai fazer falta para a Assembleia, para o povo do Maranhão. Lamento e deixo o meu abraço e agradecimento pelo que ele representa para todos nós”, lamentou.

“Fica uma lacuna. É uma perda irreparável. Ele era uma pessoa que começou a dar o exemplo pela família. Ele tinha um bom relacionamento com toda Assembleia. É motivo de muita dor a sua partida. Peço a Deus que conforte a sua família e que o coloque em um bom lugar”, disse Eduardo Braide (PMN).

Os deputados Ricardo Rios e Glalberth Cutrim, além do ex-ministro Gastão Vieira, também acompanharam o sepultamento do corpo de Humberto em Caxias.

Saiba Mais

Sarney lamenta morte do deputado

“Eu e minha mulher Marly nos solidarizamos com a senhora dona Cleide Coutinho e família, pela grande perda do deputado Humberto Coutinho, homem público que prestou grandes serviços ao Maranhão e à sua terra, Caxias, comandando com liderança incontestável e respeitada pelo povo da região. Com ele sempre tive relação de grande respeito e admiração, e lamento profundamente seu desaparecimento. Me solidarizo também com Caxias, pela perda de um grande líder que, sem dúvida, fará grande falta com suas qualidades de político voltado para os interesses do povo”.

Othelino assumirá o comando da Assembleia Legislativa

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa realizará na próxima quarta-feira, às 10h, procedimento administrativo que oficializará a condução do deputado Othelino Neto (PCdoB) ao cargo de chefe do Poder Legislativo.

Com a morte do deputado Humberto Coutinho (PDT), abriu-se vacância para o cargo de presidente, que será ocupado de forma definitiva, por ordem de sucessão natural, pelo 1º vice-presidente [Othelino].

De acordo com o regimento interno, declarado vago o cargo de presidente na Mesa Diretora, a sucessão dar-se-á pelo 1º vice-presidente. Por isso a ascensão de Othelino.

Com o remanejamento dos cargos, a composição da Mesa será preenchida por Fábio Macedo (PDT), na condição de primeiro vice-presidente; Josimar de Maranhãozinho (PR), segundo vice-presidente; Adriano Sarney (PV), terceiro vice-presidente; Ricardo Rios (PEN), primeiro secretário; Stênio Rezende (DEM), segundo secretário; Zé Inácio (PT), terceiro secretário e Nina Melo (PMDB), quarta secretária.

O cargo de quarto vice-presidente ficará vago, até que se realize nova eleição. O pleito deverá ocorrer no prazo de até cinco sessões ordinárias.

Plenário - Além de influenciar diretamente na alteração da composição da Mesa Diretora, a morte do deputado Humberto Coutinho também altera a composição do Plenário da Casa.

O deputado Rafael Leitoa (PDT), primeiro suplente na coligação que elegeu Humberto, será efetivado na função, e passará a assumir de forma definitiva o cargo.

Já o segundo suplente Fernando Furtado (PCdoB), o primeiro na ordem de sucessão após Leitoa, tomará posse como deputado estadual na vaga do deputado licenciado Neto Evangelista (PSDB), secretário de Estado de Desenvolvimento Social.

Flávio Dino negociou apoio em Caxias antes da morte de Coutinho

O governador Flávio Dino (PCdoB) negociou apoio político em Caxias, no fim de 2017, antes de o presidente da Assembleia Legislativa, e aliado naquele município, Humberto Coutinho (PDT), ter morrido.

A informação é do blog do jornalista Diego Emir, que ouviu fontes ligadas ao prefeito de Caxias, Fábio Gentil, a quem Dino teria feito a oferta.

De acordo com a coluna de Emir, durante a passagem de Dino em Codó, no dia 21 de dezembro, o comunista conversou com Fábio Gentil e lhe ofereceu todas as indicações políticas feitas por Coutinho na estrutura do Executivo.

Na oportunidade, Flávio Dino perguntou a Fábio Gentil o que ele desejava para fechar o apoio ao seu projeto político que visa a reeleição em 2018. Chegando a questionar

Gentil, na ocasião, respondeu que nunca havia recebido nenhuma ajuda do Palácio e se mostrou contrário à proposta.

Dino teria assegurado a verba de R$ 2,2 milhões mensais para a Saúde de Caxias, os cargos do Governo em Caxias e obras de infraestrutura na cidade.

Após a repercussão do caso, contudo, Gentil negou. Admitiu que houve uma conversa com o governador Flávio Dino, mas não sobre a negociação de apoio.

Ele também disse que a conversa não foi em Codó.

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