Entrevista Marcial Lima

“Gostaria até que a população avaliasse melhor o papel do vereador”

Vereador de primeiro mandato, Marcial Lima (PEN), que teve cerca de 5 mil votos, faz um balanço de sua atuação na Câmara Municipal de São Luís e fala em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2018

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Vereador Marcial Lima pretende disputar as eleições de 2018, só não sabe se será pelo seu atual partido, PEN
Vereador Marcial Lima pretende disputar as eleições de 2018, só não sabe se será pelo seu atual partido, PEN (Marcial Lima)

Eleito em sua primeira campanha, com 5 mil votos, o radialista e jornalista Marcial Lima (PEN) encerra agora seu primeiro ano de mandato como vereador de São Luís. Novato na política, mas com mais de 20 anos como repórter de rádio e TV, ele tem atuação de destaque na área do jornalismo comunitário, esportivo e policial.
A experiência nessas áreas, sempre atuando junto à população, o credenciou à Câmara Municipal de São Luís. Ele faz questão de manter o contato direto com a comunidade, em um mandato que tem sido atuante em ações fora do plenário e do gabinete.
Marcial Lima fez um balanço desse primeiro ano como vereador e mostrando os projetos para os próximos três anos, que inclui sua candidatura a deputado estadual.

Que avaliação o senhor faz desse primeiro ano de mandato?
Eu acho que a avaliação é positiva do trabalho. Nós tivemos a oportunidade, em pouco mais de 11 meses de atuação parlamentar, de discutir os problemas da cidade de São Luís, como um todo, numa responsabilidade muito grande. Levamos para a Câmara e para as comunidades, discussões importantes, como, por exemplo, a questão dos condomínios do programa Minha Casa Minha Vida, a questão dos transportes, segurança. Esse é um tema, aliás, que a população cobra muito e nós discutimos essa situação da segurança em diversos bairros e em audiências públicas.
Discutimos também a falta de infraestrutura, com apoio da Defensoria Pública, estivemos em bairros como Santa Clara, Maracanã, Matinha de Maracanã, em vários bairros da zona rural, debatendo com a população.
No Parque da Juçara, no Maracanã, por exemplo, apresentei uma proposta para que a Prefeitura assuma junto com a população aquele parque, para que ele possa funcionar o ano inteiro, com oportunidade de trabalho para muita gente. Discutimos a saúde, em uma audiência com a Câmara lotada. Lançamos o Fórum Permanente para discutir as questões importantes para as comunidades da cidade. Acho que o mais importante é essa presença constante nas comunidades e essa caminhada vai continuar em 2018.

Como tem sido a prática parlamentar nesse período?
Eu acho que tenho sido um vereador diferente, que conversa diretamente com a população, com simplicidade, ocupando muitas vezes a tribuna da Câmara com questões importantes para a cidade, como a situação de abandono do Centro Histórico, a questão das invasões diárias em Áreas de Preservação Permanente, como a Reserva do Batatã; transporte coletivo, a situação da Guarda Municipal, do Parque do Bom Menino, foram muitos pronunciamentos bons e participativos na Câmara Municipal.

Hoje, após um ano de mandato, como o senhor vê a atuação da Câmara de Vereadores de São Luís?
Eu gostaria até que a população avaliasse melhor o papel do vereador, que muitas vezes é confundido na execução de obras. Mas o vereador não executa obras, Na verdade, pede, sugere, recomenda ao Poder Executivo, além de fiscalizar os gastos da Prefeitura. E com a transmissão das sessões pelo rádio, a população vem acompanhando mais. Sobre a Câmara, acredito que precisa avançar mais na independência, diria até dar uma guinada em relação à situação atual, até porque deveríamos ser referência para as Câmaras do Estado todo. Então, acho que poderia ter uma independência maior nas votações, principalmente, nas mensagens que são enviadas de última hora pela Prefeitura, que não deveriam ser votadas às pressas como são, precisam de melhor análise para serem apreciadas.

Quais projetos seus podem ser destacados nesse primeiro ano de mandato?
Além dos requerimentos para realização de obras e melhorias nos bairros, apresentamos um projeto para que as sessões comecem mais cedo, às 9h, no meu entender 10h já é muito tarde. Dá para o vereador chegar às 8h, atender a população em seu gabinete, se quiser atender, e ir para sessão às 9h. Também apresentamos requerimento sobre os painéis publicitários espalhados pela cidade, mas nunca recebemos informação. E também um projeto para determinar que a Prefeitura só deve pedir empréstimo depois de ouvir a comunidade para saber onde esse dinheiro vai ser aplicado.

O senhor vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2018?
Sobre essa pré-candidatura, é uma possibilidade que está nas ruas, sendo avaliada pelo povo, uma possibilidade que se coloca de forma simples, humilde, acho que devo sim ser candidato a deputado estadual, por uma corrente de apoio que tenho na região metropolitana, em todos os municípios e no interior também em todas as regiões tem gente defendendo essa possibilidade, com carinho especial no centro sul, região onde eu nasci, especialmente nos municípios de Grajaú, Formosa da Serra Negra, Arame, Sítio Novo, Amarante, Itaipava do Grajaú, Nova Colinas, Fortaleza dos Nogueiras, Balsas. Também na região do Munim, dos Lençóis, em todas as regiões temos um reconhecimento e apoio. A campanha será lançada em janeiro, com simplicidade, visitando, conversando com as pessoas, sem compra de votos, prática que nós combatemos, pois entendemos que as pessoas devem votar com dignidade. E até o mês de março vamos definir se vamos continuar no PEN ou se lançaremos candidatura em outro partido.

Na sua opinião, quais as maiores dificuldades que a capital enfrenta e qual o papel da Câmara Municipal na superação desses problemas?
São Luís tem muitos problemas e eu vejo uma administração cansada, distante dos problemas da cidade. Em 2017, praticamente a cidade não teve obras. A saúde está ruim, a obra do Hospital da Criança parada, a maternidade da Cidade Operária também; na educação, as creches que não saíram do papel. Eu apresentei uma proposta que foi de transformar as associações comunitárias em creches municipais, sem depender do projeto que está em andamento em Brasília. A questão da infraestrutura é um problema sério aqui em São Luís, nós temos problemas crônicos, antigos, que a Prefeitura apenas repete medidas paliativas a cada ano. São muitos bairros que apresentam problemas sérios. O Centro Histórico abandonado, comércio prejudicado, falta de segurança e infraestrutura. O problema da drenagem em toda a cidade, vários canais sem escoamento adequado. Escolas com estruturas comprometidas, não há diálogo com a comunidade escolar, a prática de educação física quase não existe. Falta também na cidade uma escola profissionalizante para incentivar o jovem a concluir um curso técnico. A mobilidade urbana não acompanhou o crescimento da cidade, transporte coletivo é precário, a Prefeitura não consegue melhorar a situação. Houve uma pequena melhora, eu reconheço, com os ônibus com ar condicionado por exemplo, mas os problemas são muitos ainda. Na cultura, todos os arraiais foram entregues ao governo do estado, mas isso é errado, a ajuda é bem-vinda, mas quem tem que assumir isso é a Prefeitura. l

O vereador muitas vezes é confundido como responsável pela execução de obras. Mas o vereador não executa obrasMarcial Lima

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