Conjuntura

Pesquisador da FGV analisa cenário econômico brasileiro para 2018

Segundo Marcel Balassiano, economia vai crescer 2,8% em 2018, de acordo com as projeções do FGV IBRE

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

Para o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), Marcel Balassiano, a economia brasileira em 2018 deve crescer mais do que em 2017. Segundo o especialista, o ano representou a saída da recessão - a pior da história do Brasil.

"A economia vai crescer 2,8% em 2018, de acordo com as projeções do FGV IBRE. A inflação já recuou bastante, e provavelmente vai ficar abaixo do limite inferior de tolerância (3,0%) esse ano e abaixo da meta novamente no ano que vem, algo em torno de 4%. As expectativas para a taxa Selic, que já recuou de 14,25% para 7%, são de mais uma queda para 6,75% na primeira reunião do Copom em 2018 e na manutenção desse percentual ou algo próximo desse patamar ao longo do ano", diz Marcel Balassiano.

O pesquisador do FGV IBRE afirma que a taxa de desemprego continuará na trajetória de queda, apesar de ainda estar num nível bastante elevado. Balassiano ressalta ainda que o principal problema econômico é a questão fiscal, e em especial a previdência. E, como 2018 será um ano eleitoral, essas eleições vão ser muito importantes para os rumos do país nos próximos anos.

"Como já há alguns anos o Brasil vem de crises políticas, o principal problema econômico é a questão fiscal, com o governo prevendo déficit primário até 2020. Equilibrar a previdência é fundamental nesse cenário, por isso fazer a reforma nessa área é tão importante. Se a reforma não acontecer nesse governo, essa agenda vai ter que ficar para o próximo governo. E, mesmo que aconteça alguma reforma, outros pontos ainda vão ter que ser discutidos e melhorados depois", avalia o economista.

Projeções 2018

O FGV IBRE prevê uma queda de 2,0% para a agropecuária, depois do forte crescimento de 2017 (12,3%, segundo as projeções do FGV IBRE); 3,7% para a indústria; e 2,6% para os serviços. No lado da demanda, 3,9% de crescimento do consumo das famílias, 3,7% dos investimentos, 0,2% do consumo do governo, 4,0% das exportações e 5,8% das importações.

"Sobre os investimentos, vale lembrar que desde 2014 esse componente vem apresentando crescimento negativo (para 2017, o IBRE projeta queda de 2,8%, depois da queda de 10,3% em 2016). Em 2018, o crescimento provavelmente será mais disseminado entre os setores, e veremos a volta do crescimento (por volta de 4,0%) dos investimentos", destaca Marcel Balassiano.

As expectativas de mercado, segundo o boletim Focus, indicam que a taxa nominal de câmbio vai encerrar esse ano em R$ / US$ 3,25 (próximo da taxa atual) e R$ / US$ 3,30 no fim de 2018. "Câmbio sempre é uma variável muito difícil de prever, e é dependente tanto de fatores internos quanto externos. No momento, o ambiente internacional está benigno. Em 2018, em virtude das eleições presidenciais, o câmbio (assim como o risco) deve apresentar uma volatilidade alta, por conta das incertezas eleitorais", explica o economista do FGV IBRE.

Taxa de juros

A nova diretoria do Banco Central assumiu a autoridade monetária em junho de 2016. Nessa época, a taxa Selic (taxa básica de juros) estava em 14,25%. De lá para cá, ocorreram várias reduções dos juros, se encontrando em 7,0% atualmente. "As expectativas de mercado são de ocorrer outra redução na reunião do Copom de fevereiro de 2018, levando a taxa Selic ao patamar de 6,75% no começo do próximo ano", observa Marcel Balassiano.

"A queda da inflação, que saiu de 10,7% no fim de 2015 para 2,8% nos últimos 12 meses terminados em novembro, possibilitou essa queda dos juros. Ambiente externo benigno, o retorno das expectativas de inflação ancoradas, a deflação de alimentos e a recessão contribuíram para essa redução da inflação", complementa.

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