Solidariedade

11 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária, diz Unicef

Órgão alerta que 27 milhões de crianças que vivem em zonas de conflito foram obrigadas a deixar a escola; mais de um milhão sofrem de desnutrição

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Unicef alerta que 27 milhões de crianças em zonas de conflito foram obrigadas a parar de estudar
Unicef alerta que 27 milhões de crianças em zonas de conflito foram obrigadas a parar de estudar ( )

ESTADOS UNIDOS - Crianças que vivem em zona de conflitos são cada vez mais usadas como armas de guerra , sendo recrutadas para lutar, e forçadas a atuar como “bombas e escudos humanos”. Isso é o que mostra um levantamento divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que alerta para o aumento assustador de crianças vítimas de atentados violentos pelo mundo ao longo de 2017. De acordo com o documento, 11 milhões de menores de idade necessitam de ajuda humanitária.

Segundo a Unicef , grupos e países têm atacado escolas e parques infantis com frequência, ignorando as leis internacionais para a proteção dos mais vulneráveis. No Iêmen, por exemplo, depois de quase mil dias de conflitos, cinco mil crianças foram mortas ou feridas. Já no Afeganistão, em nove meses, 700 crianças foram assassinadas.

A notícia vem à tona, coincidentemente, no mesmo dia em que um centro cultural afegão foi alvo de um atentado terrorista reivindicado pelo Estados Islâmico , deixando dezenas de crianças e adolescentes mortos.

Armas e escudos humanos

No nordeste da Nigéria e Camarões, o grupo terrorista Boko Haram obrigou 135 menores a fazer ataques kamikazes, o que é cinco vezes maior do que o registro do ano passado.

Além do Boko Haram, o recrutamento de crianças para combates tem sido utilizado na República Centro-Africana, onde os pequenos sofrem constantes abusos. No Sudão do Sul, a situação é semelhante, com aproximadamente 19 mil delas sendo obrigadas a lutar. No Afeganistão, cerca de 700 crianças foram mortas guerreando nos primeiros nove meses do ano.

Em todos esses países, elas são vítimas diárias de estupros, sequestros, casamento forçado e escravização. No Iraque e na Síria, foram usadas frequentemente como "escudos humanos", sendo amarradas em cercados, mantidas presas ou sob assédio. Tornaram-se alvos de grupos rivais tendo que crescer em um ambiente de grande violência.

Outras são prejudicadas através da desnutrição e de doenças, sem acesso a alimentação, água e saneamento básico. Cerca de 1,8 milhão de menores sofrem com a má nutrição. Desse total, 385 mil estão em condições graves e correm risco de morrer se não receberem o tratamento médico devido.

A violência política e de milícias, por sua vez, expulsou mais de 850 mil crianças de suas casas na República Democrática do Congo, enquanto mais de 200 centros de saúde e 400 escolas foram atacadas. Em zonas de guerra, 27 milhões delas foram forçadas a deixar a escola.

"As crianças estão sendo expostas a ataques e à violência brutal em suas casas, escolas e parquinhos. Como esses ataques continuam ano após ano, não podemos ficar entorpecidos. Essa brutalidade não pode ser normal", disse o diretor de programas de emergência da Unicef, Manuel Fontaine, ao The Guardian .

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