A indicação do deputado federal Pedro Fernandes como novo ministro do Trabalho do governo Michel Temer (MDB) acendeu o sinal de alerta no governo Flávio Dino (PCdoB).
Fernandes é do PTB que, atualmente, está na base de apoio ao comunista – um filho do parlamentar, vereador Pedro Lucas Fernandes, também do PTB, é o atual titular da Agência Executiva Metropolitana (Agem). O cargo tem status de secretário.
O novo ministro foi indicado pelo próprio partido, num movimento que acabou reafirmando o apoio dos petebistas ao governo federal. O antecessor dele, Ronaldo Nogueira, também era do PTB, e entregou o cargo.
Ocorre que, em nível nacional, o MDB de Temer está em campo oposto ao PCdoB de Flávio Dino. O governador do Maranhão, por sinal, não tem poupado críticas ao emedebista, a quem se refere, normalmente, como “golpista”.
Essa oposição partidária na esfera federal é que pode ser decisiva para a saída do PTB, no plano local, da base de apoio ao governo maranhense. E o que tem deixado o Palácio dos Leões em estado de prontidão.
Desincompatibilização – Outro fator que pode contribuir para a baixa partidária da base governista é a necessidade de desincompatibilização de secretários de Estado que tenham interesse em disputar as eleições de 2018. Pedro Lucas Fernandes é um deles – será candidato a deputado federal justamente na vaga do pai.
Flávio Dino declarou em recente entrevista que pretende exonerar os auxiliares-candidatos logo após o carnaval, em fevereiro. Assim, serão praticamente oito meses entre a saída do titular da Agem e as eleições. E, durante todo esse período, Pedro Fernandes estará no Ministério do Trabalho, e cada vez mais envolvido com a gestão Temer.
Apesar das evidências, o novo ministro Pedro Fernandes garante que sua chegada ao governo federal não implica em rompimento com o governo Dino. “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, disse Fernandes a O Estado. Segundo ele, ao ser indicado pelo PTB, ninguém lhe cobrou que se distanciasse do comunista maranhense.
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