Crise

Seleção feminina de handebol sofreu queda brusca após 4 anos

Seleção feminina de handebol chegou ao auge após conquistar o título mundial, contra a Sérvia, em 2013; depois disso, acumulou derrotas e chegou ao 18º lugar em 2017

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Seleção Brasileira de handebol
Seleção Brasileira de handebol (Seleção foi campeã mundial em 2013)

BRASÍLIA - Dia 22 de dezembro de 2013, a seleção chegava ao auge com a conquista do título mundial, derrotando a Sérvia, na casa das rivais, no maior público já registrado em uma partida entre seleções femininas na história do handebol. Parecia, ali, que uma nova potencia havia surgido. Não é o cenário visto exatos quatro anos depois. A equipe verde-amarela encerrou sua participação no Mundial deste ano, na semana passada, em 18º lugar, com apenas duas vitórias, ambas sobre equipes sem tradição alguma, e sem a perspectiva de melhora em um futuro próximo.

Falta de planejamento, pouca renovação, crise política na Confederação, mesmo presidente há 27 anos, jogadoras machucadas, jovens revelações não aproveitadas, Liga Nacional fraquíssima, troca de técnico e momento ruim de algumas atletas estão entre as justificativas dessa queda acintosa. Ou seja, não são poucos os problemas do handebol feminino nacional.

Manoel de Oliveira, que preside a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) há 27 anos, e foi reeleito no início deste ano em uma eleição que terminou na justiça, acredita que o momento não é tão ruim assim:

“Ficamos muito tristes pelo resultado alcançado, porém há que se ressaltar que seguindo o planejamento elaborado para o ciclo olímpico em vigência, promovemos, com a orientação do novo técnico, Jorge Dueñas; e demais membros da Comissão Técnica a renovação da equipe visando os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.Claro que não ficamos contentes com o resultado do Brasil, apesar de saber que a Seleção vive uma transição e o início do novo ciclo olímpico. Mas, entendemos, assim como as próprias atletas que fazem parte do grupo entendem que este é um novo momento para a Seleção. Todo trabalho tem um início que é fundamental para a construção de resultados e, desta vez, não é diferente”, disse o dirigente.

Em fevereiro deste ano, Manoel venceu a eleição. Mas, com uma série de denúncias contra ele, o resultado da eleição não foi homologado pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do handebol. Antes da assembleia, a oposição, encabeçada por Fabiano Lima Cavalcante, tentou indeferir a eleição. A crise interna é grande.

“Realmente estou há muito tempo a frente da Confederação Brasileira de Handebol, desde uma época em que dentro do próprio continente americano quando assumi a Confederação, os melhores resultados que se obtinha era uma disputa de medalha de bronze. Com muito trabalho, planejamento e determinação conseguimos reverter esse processo e hoje, Brasil é o líder do continente em qualquer item a ser avaliado. Tenho orgulho de cada segundo e anos que dediquei à modalidade, a esse esporte apaixonante. Com relação às eleições, ganhamos de 98 a 36 e os derrotados não se conformaram”, explicou o presidente.

Além da crise política, se viu uma falta de planejamento. A seleção brasileira feminina foi eliminada da Olimpíada do Rio nas quartas de final em agosto do ano passado. O técnico espanhol Jorge Dueñas só assumiu o cargo em outubro deste ano, ou seja, mais de um ano depois. Uma temporada inteira praticamente jogada fora. O técnico dinamarquês Morten Soubak, que comandou o time entre 2009 e 2016, foi demitido em dezembro, após um torneio amistoso. Manoel explica a demora para definir o projeto do ciclo:

“Finalizado este contrato e sem renovação com referido senhor (Morten), fomos ao mercado internacional buscar um treinador com capacidade, conhecimento e currículo reconhecido mundialmente para ser treinador da Seleção Brasileira. Como se pode imaginar, os melhores técnicos com esse perfil já têm seus compromissos assumidos. Recebemos currículos de profissionais do mundo inteiro, principalmente da Europa e decidimos depois de um período de negociações, contratar o espanhol Jorge Dueñas que já tinha conquista de medalhas tanto em Competições Mundiais e Jogos Olímpicos. O Sr. Jorge, contudo, tinha compromissos assumidos até agosto deste ano, com seu trabalho anterior. Neste sentido, convidamos nesse meio tempo o técnico brasileiro, Sergio Graciano para interinamente treinar e dirigir nossa seleção”, explicou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.