ATRASO

Obra na ponte não é concluída e poderá afetar saída da Ilha no feriado

Nos feriados de Natal e Ano-Novo, o trânsito se manterá em apenas uma das pontes no Estreito dos Mosquitos, o que pode deixar o trânsito mais lento, dependendo da quantidade de veículos que deixarão a cidade nesta época

Robert W. Valporto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Obras na Ponte Marcelino Machado se mantêm até 8 de janeiro
Obras na Ponte Marcelino Machado se mantêm até 8 de janeiro (ponte)

As obras na Ponte Marcelino Machado, que estavam previstas para serem concluídas na sexta-feira, 22, foram adiadas para 8 de janeiro. Assim, durante os feriados de Natal e Ano-Novo, quando o trânsito costuma ser intensificado pelos viajantes, a entrada e saída de São Luís, promete não ser tão simples.

Porém, mesmo que as obras na ponte não tenham sido concluídas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que não deverá realizar nenhum tipo de atividade específica para regulamentação no trânsito, já que, para o órgão, não haverá grandes transtornos, porque o espaço da ponte é relativamente pequeno.

Uma vistoria que seria realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) na manhã de ontem para verificar se a ponte estaria, ou não, em condições de ser liberada, não aconteceu.

O Estado esteve no local das obras na manhã de sexta-feira e conseguiu apurar que durante este fim de semana e na segunda-feira, 25, as obras serão paralisadas. Os trabalhadores serão retomados somente na terça-feira, 26.

Denúncia
A rachadura na parte inferior da ponte foi denunciada por O Estado na edição do dia 5 de outubro do ano passado e o Crea-MA ressaltou que seria necessária uma vistoria in loco para definir a gravidade da situação

Em 27 de outubro do ano passado, o Crea-MA, Defesa Civil Estadual e Corpo de Bombeiros vistoriaram a ponte e constataram que a situação é preocupante, a construção estava comprometida e, se algo não fosse feito imediatamente, a estrutura poderia ir a colapso.

Conforme as análises, o fluxo de carros maiores, tais como carretas e bitrens, estaria contribuindo para que a rachadura aumentasse ainda mais, por causa da trepidação no local, bem maior do que em outras partes da ponte.

Os engenheiros explicaram que a restauração da ponte, ocorrida de 2004 a 2006, mudou a estrutura da obra. Antes existiam vigas com vários suportes que se equilibravam e absorviam a trepidação dos veículos que passavam no local. Depois da reforma, foram colocadas vigas fixas. Não por acaso, a rachadura surgiu no local onde termina a nova armação.

Além da rachadura, partes de ferro da estrutura da ponte também estavam enferrujadas e corroídas, devido à ação do salitre. Isso contribui para o agravamento do problema.

Nova vistoria
Em 18 de novembro do mesmo ano, técnicos do Dnit, de Brasília, vieram a São Luís para realizar uma vistoria na ponte. O trabalho foi feito por um engenheiro projetista especialista em pontes, enviado pela Coordenação Geral de Manutenção e Restauração Rodoviária.

Após a vistoria, o órgão constatou que não havia riscos para os usuários da rodovia que trafegam pela ponte. Entretanto, considerando a deformação do tabuleiro (laje), que provoca a elevação das cargas móveis atuantes, as manifestações patológicas (deformações) encontradas e, ainda, as intervenções já realizadas na estrutura da ponte, o Dnit decidiu pela contratação de empresa, em caráter emergencial, para execução de reforços na estrutura dos dois vãos.

Adiamento
O Dnit informou, por meio de nota, que por causa dos serviços emergenciais de recuperação da Ponte Marcelino Machado (sobre o Estreito dos Mosquitos - sentido entrada de São Luís - BR-135), o tráfego de veículos na Ponte Marcelino Machado continuará interrompido até o dia 8 de janeiro de 2018. Todo o tráfego continuará sendo feito pela ponte da direita (sentido saída de São Luís).

A nota informa ainda que foi necessário prorrogar o período de interdição por causa da interrupção de energia elétrica nos dias 23 e 24 de novembro, provocada por um incêndio que ocasionou a derrubada de três postes. Foi explicado pelo Dnit que o processo adotado para a concretagem das cordoalhas que, por ser artesanal, tem de ser levada em baldes para o interior dos caixões e por meio de furos nas lajes para enchimento das formas, e o processo de “cura” do concreto.

O Dnit concluiu dizendo que, para a segurança dos usuários, é recomendada atenção às placas de sinalização de desvio do tráfego e respeito ao limite de velocidade. Para amenizar essa situação, foi liberado o tráfego em caráter provisório na segunda pista recém-construída no Campo de Perizes; que acarretará maior fluidez no tráfego e maior segurança aos usuários, evitando as colisões frontais entre veículos que já ocasionaram muitos acidentes com vítimas fatais no subtrecho.

SAIBA MAIS

A Ponte Marcelino Machado foi inaugurada em 1970 e possui 450 metros de extensão, por onde circulam diariamente milhares de veículos, principalmente de carga pesada. A ponte já sofreu interdição quando, em agosto de 2004, foram descobertas fissuras nas bases de concreto, perto do mesmo ponto onde existe atualmente a rachadura. A situação melhorou depois da construção da nova ponte e reforma total da antiga.

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