Embaixada

EUA vetam resolução da ONU contrária à decisão de Trump

Embaixadora dos EUA disse que veto foi o primeiro em mais de seis anos, e visa defender a soberania americana. Outros 14 países que compõem o Conselho de Segurança votaram a favor da medida

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

WASHINGTON - Os Estados Unidos vetaram ontem um projeto de resolução da ONU, que rejeitava a decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, e que contou com o apoio dos demais membros do Conselho de Segurança.

O veto solitário, apresentado pela embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, revela o isolamento de Washington após o anúncio de Trump de mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, ignorando as reivindicações palestinas sobre a Cidade Santa.

Apenas os cinco países que detêm assento permamente no órgão podem vetar alguma resolução: EUA. Reino Unido, França, Rússia e China. "O que testemunhamos aqui é um insulto, e não vai ser esquecido", disse Haley, sobre o primeiro veto lançado pelos EUA no Conselho de Segurança em mais de seis anos. "Não fazemos isso com alegria, mas fazemos sem relutância", afirmou.

"O fato de que este veto está sendo feito em defesa da soberania americana e em defesa do papel dos EUA no processo de paz no Oriente Médio não é uma fonte de constrangimento para nós, mas deve ser para o restante do Conselho de Segurança".

O texto foi apresentado pelo Egito, e recebeu o apoio de 14 dos 15 membros do Conselho de Segurança. O documento não fazia menção específica aos Estados Unidos ou a Trump, mas expressava "profundo lamento sobre as mais recentes decisões sobre o status de Jerusalém".

O texto dizia ainda que "quaisquer decisões ou ações que proponham alterar o caráter, status ou composição demográfica da Cidade Santa de Jerusalém não têm efeito legal, são nulas e devem ser rescindidas em conformidade com as resoluções do Conselho de Segurança".

Direito soberano

O projeto também pedia que todos os países se abstenham de estabelecer missões diplomáticas em Jerusalém. "Os Estados Unidos têm direito soberano de determinar onde e se estabelecemos uma embaixada", disse Haly. "Eu desconfio que poucos estados membros gostariam que o Conselho de Segurança se pronunciasse sobre suas decisões soberanas".

Trump reconheceu Jerusalém como capital israelense, rompendo décadas de consenso internacional, segundo o qual o status final da cidade deve ser estipulado em um processo de paz entre israelenses e palestinos.

Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível, e deseja que todos os países com os quais mantem relações diplomáticas estabeleçam suas embaixadas na cidade. Os palestinos, por sua vez, pedem que a capital de um Estado independente seja estabelecida no setor oriental da cidade.

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