Evangélicos no debate

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Principal igreja evangélica do Maranhão, a Assembleia de Deus decidiu mostrar mais claramente ao restante da população que tem um projeto claro de poder no estado. A convenção estadual da denominação, realizada desde o início da semana, em Chapadinha, foi uma espécie de demonstração de força política orquestrada pelos seus líderes.
Para começar, a AD levou a Chapadinha três dos principais candidatos a governador - o comunista Flávio Dino, ora ocupante do Palácio dos Leões, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) e a ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PODE) - abrindo espaços para todas as correntes políticas dos seus líderes religiosos.
Na Assembleia de Deus, há líderes ligados por laços de interesses com o comunismo maranhense, mas também aqueles que têm vínculos históricos com o chamado grupo Sarney, e ainda aqueles que só se posicionam politicamente ao lado de evangélicos, caso de Maura Jorge. E a disputa interna é latente neste período.
Além da presença dos pré-candidatos ao governo, a convenção assembleiana oficializou as candidaturas de Eliziane Gama ao Senado, de Gyldemenir Sousa à Câmara Federal e do pastor Bel e Mical Damasceno à Assembleia Legislativa, numa clara demonstração de que quer influenciar o poder político estadual.

Cotação alta
O secretário de Educação, Felipe Camarão, passou a ser o nome mais cotado no governo para compor a chapa do governador Flávio Dino (PCdoB).
Camarão é um dos técnicos mais respeitados da gestão comunista, mas não tem filiação partidária.
Setores do PT, no entanto, já sondaram o secretário para uma filiação, o que colocaria o partido no centro da chapa majoritária comunista.

Sectários
A principal corrente do PT maranhense, a Construindo um Novo Brasil (CNB), quer palanque para discutir a candidatura do ex-presidente Lula no Maranhão.
Mas essa mesma corrente se recusa a apostar na candidatura senatorial do ex-secretário Márcio Jardim, que apareceu com até 9% de intenções de votos na Vox Populi.
A CNB também mostra-se contrária à filiação do secretário Felipe Camarão ao partido.

Blablablá
Tanto o deputado Waldir Maranhão (Avante) quanto sua colega de Câmara Eliziane Gama (PPS) insistem no discurso de que são “candidatos de Flávio Dino ao Senado”.
Flávio Dino já escolheu como membros de sua chapa os também deputados Weverton Rocha (PDT) e José Reinaldo Tavares (PSB).
O blablablá de Maranhão e Gama soa, portanto, como mera tentativa de pressão para viabilizar seus projetos de reeleição.

Várias opções
Se quisesse mesmo disputar o Senado Federal - e já que tem a chancela de sua igreja, a Assembleia de Deus -, Eliziane Gama teria espaço em qualquer chapa majoritária.
Mas ela insiste em reduzir seu arco de ação ao declarar que só será candidata na chapa do comunista que ora ocupa o Palácio dos Leões.
Ao que tudo indica, a deputada quer, tão somente, uma válvula de escape para receber o apoio dinista à sua reeleição.

Peemedebistas
O PMDB realizou ontem um almoço de confraternização com a presença da ex-governadora Roseana Sarney.
No evento - na casa do senador João Alberto - prefeitos, ex-prefeitos e lideranças políticas do interior.
Todas empolgadas com a possibilidade de Roseana Sarney disputar o governo em 2018.

Distanciado
Presidente municipal do PMDB de São Luís, o ex-vereador Fábio Câmara não participa mais dos eventos do partido.
Mesmo assim, mantêm-se filiado, embora considere, ele próprio, que já não tem espaços na legenda.
Câmara quer ser candidato a deputado estadual em 2018, mas precisa decidir-se sobre legendas até abril.

DE OLHO

R$ 36 milhões foi quanto custou o sistema de automação pago pelo governo Flávio Dino, que, ao falhar, ontem, deixou os servidores estaduais sem 13º salário.

E MAIS

• O senador João Alberto estuda as candidaturas de André Campos ou Assis Filho, se o deputado Roberto Costa conseguir assumir a Prefeitura de Bacabal.

• O chefe da Operação Pegadores deu uma sugestão ao governador Flávio Dino: que ele pegue a lista dos fantasmas na Saúde com o seu procurador-geral Rodrigo Maia.

• Faltam 14 dias para que o governo comunista de Flávio Dino desative o aluguel camarada da sede da Funac, na Aurora.

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