Precipitações

Primeiras chuvas causam transtornos na Grande São Luís

Desde quarta-feira, o céu nublado e os primeiros respingos anunciaram a chegada antecipada das precipitações; ontem, chuva foi intensa e causou problemas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

A chuva forte que surpreendeu São Luís nas primeiras horas de ontem, e no dia anterior, mostraram que a cidade não está pronta para o período chuvoso que se aproxima. Na tarde de quarta-feira, 13, quando choveu por cerca de 10 minutos na Ilha, muitos problemas começaram a ser notados. Mas foi na madrugada e manhã de ontem, com uma chuva mais intensa, que a situação ficou mais complicada na capital.

Em bairros como o São Francisco, Renascença e Cohafuma, por exemplo, foram duas quedas de energia seguidas, por volta das 12h30 de quarta-feira. Entretanto, o sistema foi logo restabelecido. Já no Turu, moradores de alguns pontos ficaram pouco mais de 30 minutos aguardando até que a energia voltasse.

Por causa da falta de energia, sistemas de agências bancárias em vários pontos da cidade foram interrompidos. Muitos clientes, que estavam aguardando para serem atendidos, ou até mesmo aqueles que foram realizar operações consideradas mais simples nos caixas eletrônicos, esperaram um bom tempo até que o sistema fosse restabelecido.

Outro problema identificado ainda na última quarta-feira e que se repetiu na manhã de ontem foi que muitos semáforos da capital deixaram de funcionar, causando congestionamentos em pontos como no Renascença, próximo ao Marcus Center; na Avenida dos Portugueses, próximo à Universidade Federal do Maranhão (UFMA); na Avenida Litorânea, nas proximidades do Círculo Militar, e em alguns pontos na Avenida Guajajaras.

Educação
Estudantes da UI Rosa Mochel, na Vila Embratel, escola da rede pública municipal de ensino, tiveram que se juntar aos pais, mães e servidores públicos daquela unidade de ensino para secar a escola, que amanheceu alagada, por causa de problemas com a rede de esgotos, entupida, fazendo com que a água da chuva não escoasse.

A dona de casa Dulcineide Castro Boás, de 39 anos, foi uma das mães que ficou ali para auxiliar no trabalho. “Eu cheguei aqui cedo para trazer meu filho e, como não havia condições de terem aula, nos juntamos e começamos a tentar resolver o problema, para secar a escola, que estava completamente cheia de água”, disse.

Ela contou ainda que, em reuniões com os pais, a gestão da escola sempre diz que cobra reformas e atenção da Prefeitura, mas nunca obteve resposta positiva. “A gestora da escola diz que envia ofícios solicitando reparos, para que não fiquemos nessa situação. Só este ano, ela já enviou dois ofícios, um em maio e outro em junho, mas a Secretaria de Educação nunca responde”, relatou.

Infraestrutura
Muitas ruas da cidade ficaram alagadas e outras com uma grande concentração de lama, tornando ainda mais difícil o tráfego. O Estado percorreu muitas delas, como a Rua 10, no Residencial Pinheiros, onde obras de manutenção do sistema de água e esgoto estavam sendo realizadas, e um grande lamaçal se formou com a chuva.

A aposentada Maria Pereira, de 62 anos, passava pela rua com seus netos e quase sofreu um acidente. “Eu e meu neto escorregamos no barro que está por toda a rua. Está muito difícil e perigoso andar por aqui”, reclamou.

Outro que sentiu dificuldade de passar na via foi o empresário Jean Fasanella, de 42 anos. “A rua está muito difícil de ser transitada. Ainda bem que meu carro é 4x4. Se não fosse, eu teria ficado atolado e seria uma trabalheira para conseguir sair”, disse.

Beneficiados
Embora a chuva tenha trazido prejuízos e transtornos para uns, o comércio de guarda-chuvas e sobrinhas foi intensificado, garantindo lucros para o comércio, sobretudo o informal.

O Estado passou pela Rua Grande e entornos e verificou que muitos vendedores ambulantes e até estabelecimentos comerciais de produtos importados já começaram a vendê-los.

Um desses vendedores é Carlos Henrique Pereira, de 22 anos, que caminha em toda a Rua Grande oferecendo sombrinhas e guarda-chuvas a quem passa por ali. “Eu trabalho com o que está sendo vendido no momento. Como está começando a chover, estou vendendo sobrinhas agora. Acho que um bom vendedor precisa vender de tudo”, relatou, entusiasmado.

Outro a alterar seu produto de vendas foi o jovem Thiago Pereira, que normalmente vende panos de prato naquela rua. “Eu vendo com meu pai. Agora que o período de chuvas chegou, eu estou aproveitando para vender sobrinhas também. E hoje pela manhã eu estou arrasando. Vendi demais”, disse ele, sorridente.

Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que o planejamento anual da área de Engenharia da Semed prevê ações para atender às demandas nas escolas, durante o período chuvoso, em São Luís. A Semed frisou ainda que, a exemplo dos anos anteriores, já está com equipes atuando nas escolas com ações de prevenção e reparos, quando estes forem necessários.

Sobre os semáforos desligados, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que todas as equipes de sinalização estão monitorando e adotando as medidas necessárias para as devidas correções. A secretaria ressaltou que equipes de agentes de trânsito foram deslocadas para acompanhar as situações registradas nos pontos críticos e dar o suporte necessário, a fim de garantir a fluidez do trânsito.

Sobre a situação na Rua 10 do Residencial Pinheiros, O Estado encaminhou pedido de informações à Companhia de
Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), por meio do Governo do Maranhão, que é a responsável pela obra. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.

Quanto à falta de energia em alguns pontos, a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) informou que, por causa das fortes pancadas de chuva que provocaram o aumento no volume de ocorrências individuais, a empresa ampliou a capacidade de atendimento para atuar no restabelecimento de energia na capital, no dia de hoje.

A companhia disse ainda que, por segurança, as ocorrências com rede elétrica partida têm prioridade no atendimento. É importante destacar que, também preservando a segurança, as equipes de plantão não conseguem operar o sistema elétrico em momento de chuva mais intensa - a combinação água e energia elétrica é muito perigosa.

A Cemar frisou ainda que, na quarta-feira, uma falha no sistema de suprimento elétrico na Subestação São Luís 1, de responsabilidade da Eletrobrás Eletronorte, foi a causa do afundamento de tensão (oscilação) e falta de energia em alguns bairros de São Luís, onde a Cemar atuou na transferência das cargas restabelecendo o fornecimento para as subestações afetadas. A companhia orienta ainda que o cliente registre a ocorrência de falta de energia no site da Cemar, pelo Aplicativo ou na Central 116.

Primeiras Chuvas

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