Editorial

Escassez de água e de competência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

A população de São Luís sofre há mais de uma semana com o desabastecimento generalizado de água, iniciado no último dia 6 e que deveria durar três dias, mas se estende até hoje em razão de um erro técnico cometido pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) durante uma intervenção no Sistema Italuís. A falha provocou um colapso em uma peça e um vazamento na nova adutora. Resultado: o serviço, em vez de possibilitar o bombeamento de água do Rio Itapecuru à capital pela nova tubulação, retardou ainda mais a substituição da estrutura, levando ao sétimo adiamento da inauguração da obra só no governo comunista de Flávio Dino.

Em diversos bairros, a água ainda não voltou às torneiras, mesmo após a religação da antiga adutora, o que obriga milhares de cidadãos a passar o dia carregando baldes, latas, galões e outros recipientes para abastecer suas casas e assim atender as necessidades básicas, como tomar banho e manter a higiene do lar.

Dos 159 bairros afetados pela seca causada, a princípio, por uma obra no Italuís e, posteriormente, pela pane decorrente do vazamento na adutora, dezenas de milhares de famílias seguem sem água. O que se vê nesses núcleos populacionais, a maioria situada na periferia da cidade, são verdadeiras procissões de crianças, adultos e até idosos carregando todo tipo de vasilha, em busca do líquido vital e escasso, desde a semana passada.

Como de costume, o governador Flávio Dino tentou terceirizar a culpa pelo colapso no Italuís. O comunista chegou a insinuar que houvera sabotagem e, de pronto, acionou uma equipe policial para periciar a peça danificada, medida considerada apelativa até mesmo por aliados governistas. Cúmulo da desfaçatez de um gestor que tenta, a todo instante, transferir suas responsabilidades, atribuindo a outrem falhas que são de sua gestão.

A reação do povo para a pane no Italuís, seguida de escassez de água em toda a cidade, foi a pior possível para o governo. Manifestações ruidosas de insatisfação multiplicaram-se nas ruas e nas redes sociais, que de terreno fértil, tornaram-se ambiente hostil para os comunistas. Para começar a se redimir, o governo deve não só restabelecer o abastecimento de água o quanto antes, como também acatar a recomendação da Defensoria Pública Estadual (DPE) de abater os dias sem abastecimento das contas cobradas pela Caema dos cerca de 600 mil consumidores prejudicados.

A lambança cometida pela Caema, sob as diretrizes do Palácio dos Leões, foi um duro golpe na população, vítima da mais nociva incompetência. O episódio foi só mais um dentre tantos outros a demonstrar que falta aptidão no atual governo para realizar obras de maior complexidade, mas sobra talento para camuflar despreparo e perseguir quem não aprova os métodos palacianos e os confronta com a verdade.

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