Nefrologia

Pacientes pós-transplantados do HU-UFMA desenvolvem habilidades

Proposta da terapia ocupacional promove o reingresso dos pacientes em atividades produtivas; as atividades são oferecidas por meio de parcerias com entidades públicas e privadas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

SÃO LUÍS - A doença renal crônica impõe um contínuo e doloroso tratamento, que resulta em profundas modificações na vida dos pacientes, especialmente no que se refere as limitações no campo ocupacional. As formas de tratamento existentes aliviam os sintomas e preservam a vida, mas levam as pessoas a se afastarem do mercado de trabalho, o que compromete suas rendas e sobrecarrega o sistema previdenciário.

Com o objetivo de proporcionar o reingresso dos pacientes em atividades produtivas, o Setor de Nefrologia do Hospital Universitário da UFMA, por meio do Serviço de Terapia Ocupacional, encaminha para cursos e treinamentos usuários que realizaram transplante renal no Hospital. As atividades são oferecidas por meio de parcerias com entidades públicas e privadas, como o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, Olívio J. Fonseca, Sesc, Senac, Cantinho Doce e Embeleze.

Para alguns que passaram pelo transplante é a oportunidade de descobrir ou aperfeiçoar uma habilidade. É o caso de Goreth Abrantes, 57, transplantada há sete anos. Quando ainda era paciente foi convidada pelo Serviço de Terapia Ocupacional para participar de um curso de confeitaria. De lá para cá foi se aprimorando e hoje é dona da sua própria loja de doces, a sua principal fonte de renda. “Desde os dez anos de idade, acompanhava a minha mãe na preparação de doces e salgados que ela vendia. O curso foi a chance de aprender ainda mais”, diz a aposentada da antiga empresa de Telecomunicações do Maranhão ( Telma).

Orçamento doméstico

Outra que também descobriu uma alternativa para complementar o orçamento doméstico depois de passar pelo transplante renal no HU-UFMA foi Silvana de Oliveira Santorio, 55. Diagnosticada com a Síndrome de Alport, doença hereditária que provoca a perda progressiva da função renal e auditiva, podendo ainda afetar o sistema visual, ela fez hemodiálise durante nove anos e é transplantada há sete. Participou de cursos de pintura e bordado, atividade pela qual se apaixonou e não parou mais. “Esqueço até da vida quando tô trabalhando”, diz a capixaba que ministra oficina de trabalhos manuais em uma creche onde é voluntária.

Histórias de vida como as de Goreth e Silvana são recortes de uma colcha de retalhos tecida entre os participantes da IV Exposição de Pacientes do Transplante Renal, atividade que já faz parte do calendário de eventos do Serviço de Nefrologia do HU-UFMA e foi realizada na manhã desta terça-feira, 5, no Centro de Prevenção de Doenças Renais.

O evento é realizado periodicamente com a proposta de reconhecer o empenho e a participação dos pacientes nos cursos ofertados. “É uma forma, também, de valorizar os produtos confeccionados pelos pacientes e de divulgar os cursos para os demais usuários do ambulatório, sensibilizando quanto ao retorno das atividades produtivas”, explica a terapeuta ocupacional Juliana Lima Mapurunga e Silva.

O trabalho de reabilitação profissional é desenvolvido por meio, inicialmente, de avaliação de desempenho ocupacional, onde são identificados interesses e habilidades nas áreas de produtividade, lazer e autocuidados. A partir do resultado, o interessado em participar do curso faz a opção pela área que mais se identifica. Entre elas, administrativa, artesanato, saúde, beleza, dança, pintura e bordado.

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