Judiciário

Juízes não substituem políticos, diz ministro Gilmar Mendes

Presidente do TSE disse que o Brasil precisa de profissionais, inclusive políticos, e ressaltou que nem mesmo servidores graduados podem substituir esta classe

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Gilamr Mendes defende a classe Política
Gilamr Mendes defende a classe Política (Gilmar )

BRASÍLIA - Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes disse nesta terça-feira, 5, durante o seminário "Poder, Judiciário e Eleições", em Brasília, que o país não pode substituir a classe política por funcionários públicos, "ainda que graduados como juízes ou promotores".

“Precisamos, inclusive, dos profissionais da política. De um tempo para cá, e já faz muito tempo, precisamos dessas pessoas que se dedicam integralmente à atividade política e que têm todo um aprendizado especial. Não podemos pensar em substituir os políticos por funcionários públicos, ainda que graduados como juízes ou promotores”, afirmou o ministro.

Gilmar destacou que a população não pode igualar todos os políticos como corruptos porque essa lógica levaria a sociedade à total descrença da política como forma de governança.

"Temos que ter a política limpa, ativa, mas não podemos fazer isso de lenda política ou tentar fazer com que todos os políticos sejam considerados elementos negativos da sociedade ou corruptos", disse o presidente do TSE.

Nos últimos dias, Gilmar Mendes, que costuma fazer críticas públicas à Operação Lava Jato, a quem atribui a transformação de prisão preventiva em "prisão eterna", vem sendo alvo de críticas, por negar a transferência do ex-governador Sérgio Cabral para um presídio de segurança máxima fora do Rio de Janeiro e por mandar soltar pela terceira vez o empresário do setor de transportes do estado Jacob Barata Filho.

Procurador diz que Mendes quer ser supremo

BRASÍLIA - O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da Operação Lava Jato, voltou a criticar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a decisão do magistrado de mandar soltar pela terceira vez o empresário Jacob Barata Filho, conhecido como "Rei do Ônibus" e acusado de pagar propinas a políticos do Rio de Janeiro.

Nas redes sociais, Carlos Fernando, que já havia reprovado os outros dois habeas corpus de Gilmar ao empresário do setor de transportes, disse que o ministro "se acha supremo" e "faz o que quer".

"Infelizmente, há muito tempo, Gilmar Mendes, aquele que se acha supremo, simplesmente faz o que quer", declarou o procurador da Lava Jato.

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