Longa

"Lamparina da Aurora", de Frederico Machado, nos cinemas

Salas de cinemas de São Luís estão exibindo a produção que teve estreia nacional esta semana

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
(Lamparina da aurora)

O filme do cineasta maranhense Frederico Machado, "Lamparina da Aurora" estreou esta semana e está em cartaz nos cinemas de São Luís. O longa, que está em cartaz também em diversas salas do pais, pode ser visto No UCI Kinoplex (Shopping da Ilha), em sessões às 15h20, 17h07, 18h50, 20h35 e 22h20; No Cinépolis (São Luís Shopping), às 16h45, 21h30; no Cine Lume, com sessões às 15h, 16h30, 19h30; e no Centerplex (Pátio Norte), às 14h30.

Trata-se de um suspense psicológico, que conta a estória de um casal de idosos que recebe todas as noites a visita de um jovem misterioso. Assim como fez o diretor Tengiz Abuladze em The Plea (1967) – filme inteiramente baseado na poesia de Vazha Pshavela – Frederico Machado fez Lamparina da Aurora baseado na obra poética de seu pai, o poeta Nauro Machado (in memoriam). O diretor, porém, foi além: não apenas incorporou os versos como também pôs o próprio poeta a declamar a estória.

Nauro Machado interpreta um ser onisciente, que ora aclara ora obscurece os mistérios da trama. Com uma fotografia impecável e a preciosa narração do consagrado poeta maranhense, o longa é uma fábula sobre o tempo, o limbo e a solidão.

Este é o terceiro longa-metragem de Frederico Machado, que já dirigiu “O exercício do caos” e “O signo das tetas”, filmes premiados, que tiveram grande repercussão em festivais e que foram muito bem recebidos pela crítica especializada.

Diferentemente dos filmes anteriores, em Lamparina da Aurora a opção do diretor foi de fazer um filme menos hermético e com maior investimento na produção e direção de arte. O enxuto elenco conta com três atores experientes – Buda Lira (Aquarius), Antônio Sabóia (O Lobo Atrás da Porta) e Vera Leite – que se comunicam entre si, em cena e com o público, de forma tão concreta que dispensa a oralidade.

Lamparina da Aurora é um thriller com referências a filmes de Hitchcock e Mário Brava. As referências, porém, ultrapassam filmes (ou cineastas) de gênero, vez que toda a obra do diretor se aproxima do cinema existencial de Bergman, Bela Tarr e Tarkovski.

A trama segue o ritmo da poesia de Nauro Machado e vai do fantasmagórico ao onírico, sem comprometer o alcance da experiência cinematográfica para o espectador ou prejudicar a transcendência de seu significado. O filme tem potencial para ampliar o seu público-alvo e certamente oxigenará o mercado comercial de cinema, por vezes tão carente de inovação em termos de qualidade artística.

Rodado em uma única locação, um casario antigo cercado de belas paisagens nos arreadores de São Luís, “Lamparina da Aurora” poderia ter sido filmado em qualquer lugar do mundo, vez que traz uma história tão universal quanto são os simbolismos dos sonhos.

O filme teve sua estreia em janeiro de 2017 na 20ª Mostra de Tiradentes, onde ganhou o prêmio de melhor filme (prêmio Carlos Reichenbach) na mostra competitiva Olhos Livres. Segue seu caminho por festivais nacionais e internacionais, como o 40º Festival Guarnicê (Maranhão-Brasil), onde ganhou seis prêmios, o Festival FilmFest Kitzbuhel (Áustria) e o 34º Festival de Cinema de Bogotá (Colômbia), com inegável potencial para amealhar mais premiações.

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