Violência

Número de assassinatos ainda é alto na região metropolitana

Maioria dos crimes, de acordo com a polícia, tem participação de “faccionados”; somente em novembro, foram 77 mortes violentas na Ilha; entre os casos há 13 assassinatos de menores de idade, como o de Alanna Ludmilla, de 10 anos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

[e-s001]Os números da violência da Região Metropolitana de São Luís continuam altos. No mês que se encerrou na última quinta-feira, 30, houve o registro de 77 mortes violentas na Ilha, entre homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte), mortes no trânsito, mortes acidentais, achados de cadáver e mortes em confronto com a polícia, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Entre esses casos, há 13 assassinatos de menores de idade. O registro de morte violentas durante o mês de outubro deste ano foi de 85 casos. A maioria dos assassinatos, de acordo com a polícia, ainda continua sendo ocasionada por arma de fogo e teria a participação de integrantes de facções criminosas.

Os últimos casos de homicídio doloso em novembro ocorreram no dia 30, e, de acordo com a polícia, as vítimas eram integrantes de facções. Elas foram identificadas como Anderson Pinheiro Jansen, de 26 anos; e Elielton dos Santos Oliveira, de 22 anos. Os corpos das vítimas apresentavam marcas de tiros e as mãos estavam amarradas com fio de nylon, em uma área de matagal, localizada na Vila Conceição, área do Calhau.

Somente em um dos corpos havia mais de 10 marcas de tiros; enquanto, no outro, segundo os peritos do Instituto de Criminalística, um total de oito perfurações de bala. O caso está sendo investigado pela equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), mas até a tarde de sexta-feira, 1º, não havia registro de prisão dos acusados.

Guerra de facção
A polícia informou que, no intervalo de 48 horas, membros de facções rivais teriam entrando em guerra, que resultou em quatro assassinatos e três tentativas de homicídios dolosos na capital. Um desses casos ocorreu no período da manhã do dia 28, na localidade Itapera, área de Pedrinhas e a vítima seria um dos líderes de uma facção criminosa, oriunda do Rio de Janeiro, identificado como Alex Nicolau de Souza, de 20 anos.

[e-s001]A vítima estava em via pública, quando teria sido executada por faccionados rivais, que fugiram em um veículo Fox vermelho, de placas não identificadas. Alex Nicolau levou seis tiros, principalmente na cabeça, e morreu no local.
A equipe da SHPP esteve no local do assassinato e ficou sabendo, por meio de moradores - que não se identificaram com receio de sofrer represália -, que a vítima era membro de facção, acusado de instalar o terror na localidade. O delegado da SHPP, Estefânio Aragão, declarou que Alex Nicolau teria recebido uma ligação telefônica de uma pessoa não identificada, e, logo após, se deslocou até o local onde ocorreu o assassinato. “A vítima sofreu uma tocaia em plena via pública”, disse Estefânio Aragão.

Carandiru
Na tarde do dia 27, integrantes de uma facção criminosa promoveu um tiroteio nos apartamentos do condomínio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no bairro Camboa, conhecido como Carandiru, instalando clima de pânico. Crianças, adultos e idosos ficaram em estado de choque, temerosos por suas vidas.

A empreitada criminosa resultou na morte de duas moradoras. Uma delas, Sônia Maria Oliveira dos Santos, de 42 anos, foi atingida na cabeça e levada para o Hospital Municipal Socorrão I, no Centro, onde morreu, antes de ser submetida a intervenção cirúrgica. A outra vítima foi Natália Rosa Costa Borges, baleada na perna, que morreu no dia seguinte no Socorrão I. Ainda nesse dia, integrantes de facção criminosa teriam baleado Paulo Vitor Mota Martins, no Bairro de Fátima.

A polícia também informou que uma criança de 12 anos, foi assassinada em decorrência dessa guerra de faccionados. O crime ocorreu na noite do dia 26, na Vila Conceição, área do Coroadinho. O delegado Lúcio Rogério Reis, superintendente da SHPP, afirmou que esse crime teria tido a participação de dois facionados. Um deles já foi identificado pela polícia e teve a sua prisão solicitada ao Poder Judiciário.

O padrasto e o primo da menor já tiveram passagem pela polícia, inclusive, ficaram presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. No dia do crime, a criança foi baleada quando chegava a sua residência, na presença da mãe, por criminosos, que estavam em um veículo Frontier verde, de placas não identificadas. Também nessa noite, esses “faccionados”, anteriormente haviam baleado outro morador, não identificado.

Na noite de segunda-feira, 27, também foi baleado Paulo Vitor Mota Martins, por integrantes de uma facção criminosa, no Bairro de Fátima. Um dos acusados foi identificado como Tody. A vítima ainda permanecia internada no Socorrão I, correndo risco de morte. A motivação do crime não foi revelada e a equipe do 2º Distrito Policial, no João Paulo, está investigando o caso.

Na madrugada do dia 27 ocorreram duas tentativas de homicídio na Ilha. O coronel Aritanã Lisboa informou que guarnições do 6º Batalhão da Polícia Militar ficaram sabendo, por meio do Ciops, que na Rua São José, na Vila Magril, estava ocorrendo um tiroteio e duas pessoas teriam sido baleadas.

No local, os policiais militares constataram que um dos baleados faz parte de uma facção criminosa, Carlos Henrique Araújo Franca, Totoca, de 35 anos; e a outra vítima era um adolescente, de 17 anos. Os acusados, foram Willam da Silva, Zé, de 24 anos; e um adolescente, de 17 anos.

Assassinatos de menores
Durante o mês passado, além do assassinato de uma criança de 12 anos, no Coroadinho, também foram mortos mais 12 menores de idade. Uma das vítimas foi a filha de um cadete do Corpo de Bombeiros Militar, Alanna Ludmilla Borges Pereira, de 10 anos.

Segundo a polícia, a menor estava desaparecida desde o dia 1º do mês de novembro e foi encontrada morta, no dia 3, sob entulhos no quintal de sua residência, no Maiobão, município de Paço do Lumiar. O corpo da vítima apresentava marcas de sinais de violência e o principal acusado é o ex-padrasto da criança, Robert Serejo Oliveira, de 31 anos, preso no dia 4, na Estiva.

NÚMERO

77 mortes violentas na Ilha durante o mês de novembro na Ilha

SAIBA MAIS

Casos de mortes violentas na Ilha no decorrer do mês passado

Homicídio doloso: 54 casos
Lesão corporal seguido de morte: 1 caso
Latrocínio: 4 casos
Mortes no trânsito: 8 casos
Mortes acidentais: 2 casos
Mortes em confronto com a polícia: 4 casos
Achado de cadáver: 2 casos
Morte de lesão corporal em período posterior: 2
Fonte: Secretaria de Segurança Pública (SSP)

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