Dinheiro que faz falta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

A revelação da Polícia Federal de que a Operação Pegadores encontrou indícios de desvios de, pelo menos, R$ 18 milhões da Saúde do Maranhão - “pelo menos”, porque pode ser mais - pode ajudar a responder uma pergunta que se faz desde o início do governo Flávio Dino: por que os serviços nos hospitais da rede estadual pioraram tanto nos últimos anos?
O fato é que o dinheiro desviado faz falta.
Faz falta, por exemplo, porque a “folha complementar” descoberta pelos federais era quitada com verbas direcionadas a pelo menos três unidades hospitalares do Maranhão.
De acordo com as investigações da PF, os recursos para os pagamentos “extras” saíam do Hospital Geral (Tarquínio Lopes Filho), do Hospital Presidente Vargas e da Unidade Mista do Maiobão.
A informação consta de planilhas encaminhadas por um funcionário do ICN à Secretaria de Estado da Saúde (SES), ainda em 2015, e são exatamente aquelas que chegaram às mãos do então subsecretário de Saúde, Carlos Lula, hoje titular da pasta.
Ainda de acordo com a PF, com o fim do contrato entre a SES e o ICN, outros institutos assumiram o pagamento dessa folha, gradativamente, até ela ser assumida pela própria administração estadual.
O resultado desse desvio ainda é sentido na rede estadual de Saúde: no Hospital Geral, por exemplo - unidade especializada no tratamento de Câncer -, está em falta desde o início do mês passado o medicamento Aromasin (Exemestano). Uma caixa dele, com 30 comprimidos, custa aproximadamente R$ 600,00. O remédio é de uso contínuo, principalmente para quem trata câncer de mama.
Mas a SES deixou faltar. Só nunca faltou verba para a “folha complementar”.

Medida ecológica
O Diário Oficial da União passa a circular a partir de agora apenas em versão digital.
O ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) comemorou a mudança ao explicar que ela representa a economia de 720 toneladas anuais de papel jornal e evita o corte de 10,8 mil árvores por ano.
Também poupa cerca de 32 milhões de litros - equivalente a 8 piscinas olímpicas - da água que seria usada no seu processo produtivo. O ministro defendeu urgência em alinhar as ações de governo aos padrões de sustentabilidade.

Condenado
O governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), foi condenado à perda de função pública e a devolver mais de R$ 25 milhões que teriam sido desviados da saúde no estado.
O caso faz lembrar o esquema descoberto pela Operação Pegadores, no Maranhão: contratação de Oscip, sem licitação, para gerir hospitais, e desvios de verbas públicas.
No caso do Maranhão, além dos desvios, a Polícia Federal aponta que a licitação das Oscips foi “de fachada” e que os institutos já estavam escolhidos antes do certame.

Saída
O deputado federal José Reinaldo Tavares está praticamente fora do PSB, segundo informou ontem a coluna Expresso, da revista Época.
De acordo com a publicação, o comando nacional da sigla chegou a oferecer ao maranhense a presidência do partido no estado.
Mas ele não aceitou, porque já está apalavrado com o Democratas, para onde deve rumar com o objetivo de candidatar-se a senador.

Falando nisso...
Por falar em Zé Reinaldo, ele tem mantido conversas sobre a sucessão com o deputado estadual Eduardo Braide (PMN).
Derrotado na eleição para prefeito de São Luís em 2016, Braide saiu com forte cacife eleitoral da disputa, mas chegou a negar que seria candidato a governador em 2018.
Os recentes movimentos, no entanto, sugerem que ele já cogita a possibilidade. E conversas como as que tem mantido com Reinaldo estão mais comuns na agenda do parlamentar.

De volta
O desembargador Raimundo Melo determinou, na sexta-feira, 1º, o retorno de Zé Vieira (PP) à prefeitura de Bacabal. Ele cassou uma decisão proferida pelo desembargador Antonio Bayma.
O magistrado atendeu a um pedido da defesa de Vieira alegando que, ao julgar uma reclamação sobre a competência, Bayma infringiu o regimento interno do TJMA, porque o processo já estava concluso para relator.
Com o prefeito no cargo, o caso será decidido pelo desembargador José de Ribamar Castro.

Na mira
O vai e volta do prefeito Zé Vieira acabou chamando a atenção de órgãos de controle para o caos administrativo em Bacabal.
A PF recebeu recentemente do Coaf informações sobre movimentações suspeitas nas contas da Prefeitura Municipal.
Está sendo rastreado o caminho de duas movimentações com indícios de irregularidades: uma de R$ 2,5 milhões, outra de R$ 1 milhão, com as empresas R Macedo Soares-ME e a PM Construções e Serviços, respectivamente.

DE OLHO

R$ 5.384.587,82 é o valor de um convênio assinado entre o governo Flávio Dino (PCdoB) e a Prefeitura de São José de Ribamar, para pavimentação de vias urbanas.

E MAIS

• O vereador Ivaldo Rodrigues, atual secretário de Agricultura de São Luís, passou maus bocados com o surgimento do nome de um assessor ligado a ele na Operação Pegadores.

• Um relatório de convênios assinados pelo governo Flávio Dino (PCdoB) escancara o favorecimento a municípios comandados por aliados.

• Não repercutiu bem na PF a decisão dos deputados da base governista na Assembleia de rejeitar uma moção de aplausos à superintendente da instituição no Maranhão.

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