Informalidade

74% das vagas criadas no país até outubro eram informais

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE, de janeiro a outubro deste ano aumentou em 721 mil o número de empregados sem carteira assinada no país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam, ainda, que no mesmo período, cresceu em 676 mil, o número de trabalhadores por conta própria
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam, ainda, que no mesmo período, cresceu em 676 mil, o número de trabalhadores por conta própria (Informalidade)

Rio

Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, de fevereiro a outubro, foram gerados 2,3 milhões de postos de trabalho no país, sendo que 74% foram voltados à informalidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) mostrou que nesse período aumentou em 721 mil, o número de empregados sem carteira assinada no país.
Os dados revelam, ainda, que no mesmo período, cresceu em 676 mil, o número de trabalhadores por conta própria, em 187 mil, o número de empregadores e em 159 mil, o número de empregados domésticos. Somados, são cerca de 1,7 milhão de postos que são considerados informais pelo IBGE.
Vagas com carteira de trabalho assinada no mesmo período aumentaram em apenas 17 mil, o que, segundo Azeredo, é estatisticamente inexpressivo. Também aumentou em mais de 511 mil, o número de pessoas ocupadas no setor público, já que houve trocas dos governos municipais no começo do ano.
Embora tenham sido gerados 2,3 milhões de postos de trabalho, caiu em apenas 1,3 milhão o número de desempregados no país. Isso não significa, segundo o pesquisador, que há 1 milhão de vagas em aberto no mercado. “Você tem que considerar que há um aumento vegetativo da população em idade de trabalhar, o que aumenta a força de trabalho", esclareceu.
Além disso, deve-se considerar, segundo Cimar Azeredo, que pessoas que antes não procuravam emprego e, por isso, não eram consideradas desocupadas, podem ter passado a procurar trabalho. Outra questão a ser levada em conta é o fato de que uma mesma pessoa pode ocupar mais de um posto de trabalho simultaneamente.
Cimar Azeredo avaliou que é positiva a geração de postos de trabalho, mas que este processo se dando pela informalidade é negativo. “Perde o trabalhador, porque não está conseguindo um trabalho de qualidade, e perde o país, porque deixa de arrecadar uma série de tributos”, disse.
Em três anos, conforme os dados do IBGE, o Brasil teve uma redução de 3 milhões no número de postos de trabalho com carteira assinada. “Num curto prazo, esse [aumento da informalidade] é o efeito do final da crise, como já observamos no passado. Passada a crise, tende a se dissipar com a volta da carteira”, ponderou o pesquisador.

Crise econômica
Questionado sobre o que tem freado a geração de postos formais no mercado, Azeredo apontou que é um efeito característico da atual conjuntura do país. “Você tem uma crise econômica e um cenário político conturbado, e isso de certa forma inibe o processo de empreender e de investir, por isso há cautela na geração de novos negócios e na contratação”, argumentou.
O pesquisador destacou, no entanto, que há uma expectativa de que o rendimento movimentado pelo mercado de trabalho informal venha a contribuir para estabilização do quadro. “Acredita-se que aumentando a massa de rendimento possa se movimentar esse mercado para a gente ter uma retomada de postos de trabalho formais”, disse.

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