O prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), reafirmou ontem, durante sua passagem por São Luís, a determinação do PSDB de romper no Maranhão com o PCdoB, do governador Flávio Dino (PCdoB).

Os tucanos maranhenses integraram a base de apoio do comunista a partir das eleições de 2014 – o vice-governador, Carlos Brandão, era o presidente estadual do partido até o mês de novembro –, mas foram obrigados a mudar de direcionamento após a filiação do senador Roberto Rocha, que será o candidato a governador da sigla e tem feito duras críticas à atual gestão estadual.

Segundo Dória, seria “uma exceção” a manutenção de uma aliança PSDB/PCdoB em qualquer estado brasileiro por diferenças claramente ideológicas.

“Eu não vejo em nenhum estado uma associação desse tipo. Não seria aqui no Maranhão que se abriria uma exceção. Não estou desqualificando os que defendem teses de esquerda, mas o PSDB tem um sentimento liberal, um partido com uma formação clara, pró-mercado, voltado para o desenvolvimento, para a geração de empregos, e não às teses que, a meu ver, são teses antigas, velhas e desatualizadas. Nós precisamos olhar para frente”, destacou.

Ele reforçou que as questões estaduais do partido – e a do Maranhão aí incluída – serão definidas de acordo com suas especificidades, mas deixou claro que não se cogita mais uma aliança com os comunistas.

“Evidentemente eu não quero emitir opiniões, nem influenciar decisões do PSDB ou da política maranhense. Aqui nós temos gente de estatura, de conhecimento, de vida, de biografia e eu respeito muito, mas eu não vejo o PSDB caminhando aqui com esquerda, com o Partido Comunista Brasileiro [referindo-se, na verdade, ao PCdoB, não ao PCB], com o PT. Não estou desrespeitando o pensamento da esquerda, da extrema esquerda, mas esse não é o sentimento do PSDB”, disse.

Segundo Dória, o caminho do PSDB não é “nem à esquerda, nem à direita, mas para frente”.

“O PSDB hoje está muito mais para uma linha liberal, uma linha social-democrata, mas comprometida com o desenvolvimento e não com o assistencialismo. Então eu vejo o PSDB caminhando aqui com forças democráticas, de centro, pode ser até um centro liberal, um centro que respeite a dignidade humana, a necessidade de proteger os mais pobres, os mais humildes, mas que olhe para frente. Eu não vejo o PSDB caminhando aqui numa linha mais à esquerda. Eu tenho certeza que o senador Roberto Rocha e outros que compõem aqui, grandes lideranças do PSDB saberão compreender isso”, completou.

Candidatura – Dória confirmou à imprensa maranhense que não será mesmo candidato a presidente da República, tarefa que, segundo ele, ficará a cargo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

O nome dele deverá ser confirmado, também como presidente nacional do PSDB em convenção no dia 9 de dezembro. Após uma crise interna, o prefeito diz ver o PSDB “pacificado”.

“Desde a semana passada o partido está pacificado ao redor do nome do governador Geraldo Alckmin. Ele deve ser presidente do partido e nosso candidato a presidente do Brasil”, garantiu, embora o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, já tenha manifestado interesse em disputar prévias.

O prefeito comentou, ainda, o possível desembarque do PSDB da base de apoio ao governo do presidente Michel Temer. O tucano declarou que não seria contra a saída da gestão, mas defendeu que o partido siga dando apoio às reformas.

"Não tenho vergonha de falar que este governo [Temer] faz o que precisa ser feito. Está conduzindo reformas que são muito úteis para o Brasil e é um governo comprometido com o crescimento. Já apoiamos a Reforma Trabalhista e penso que devemos seguir apoiando a Reforma da Previdência e, no ano que vem, a Reforma Tributária”, concluiu.

MAIS

Um dia antes de desembarcar em São Luís, em entrevista exclusiva a O Estado, João Dória já havia exaltado a pretensão do senador Roberto Rocha de ser candidato a governador do Maranhão pelo PSDB. “O senador Roberto Rocha tem todas as qualificações para assumir essa condição, se assim desejar, e obviamente submetendo o seu nome à convenção estadual do PSDB”, destacou.

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