Pegadores

Base governista rejeita moção de aplauso à PF após ação atingir a SES

Homenagem havia sido proposta pelo deputado Wellington do Curso, à superintende da PF no Maranhão, Cassandra Parazi pela condução da Pegadores

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Rogério Cafeteira é líder do Governo na Assembleia
Rogério Cafeteira é líder do Governo na Assembleia (Rogério Cafeteira)

A base governista rejeitou na sessão de ontem na Assembleia Legislativa, o Requerimento nº 904/2017 de autoria do deputado estadual Wellington do Curso (PP), que encaminhava mensagem de aplausos à superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Cassandra Ferreira Alves Parazi, pela condução da Operação Pegadores.

A operação da PF, deflagrada no dia 16 de novembro, desarticulou uma organização criminosa que atuava na estrutura da Secretaria de Estado da Saúde (SES), apontou desvios de mais de R$ 18 milhões dos cofres públicos na gestão Flávio Dino (PCdoB), revelou a existência de mais de 400 ‘funcionários fantasmas’ na pasta, revelou também a montagem e contratação de empresas de fachada, e resultou na prisão de 18 pessoas, dentre elas a ex-secretária adjunta da SES, Rosângela Curado (PDT).

Na discussão da proposta, o autor do requerimento falou da importância da atuação da Polícia Federal no combate ao desvio de recursos públicos.

“E é por isso, senhoras e senhores, que estamos fiscalizando aplicação do dinheiro público e é por isso que estamos atentos à Operação da Polícia Federal Sermão dos Peixes, é por isso que fizemos uma Moção de Aplausos para a Polícia Federal, uma das instituições mais honradas, mais sérias do país pela investigação”, disse.

Wellington falou das acusações da PF e cobrou atuação da Secretaria de Estado da Transparência.

“[...] Temos o áudio e a Transparência do Estado do Maranhão nada viu e nada sabe. Cadê a auditoria? Cadê a auditoria da própria Secretaria de Saúde? Cadê a auditoria da Secretaria de Transparência? Cadê os órgãos de controle do Estado que nada viram?”, disse.

Apelo - Wellington fez um apelo aos deputados governistas pela aprovação da proposta e elogiou o trabalho da Polícia Federal no estado.

“Peço ao deputado Rafael Leitoa seu posicionamento e que possa ser concedida esta Moção de Aplausos à Polícia Federal pelo brilhante trabalho em todo Brasil e também no Estado do Maranhão. Porque, graças à Polícia Federal, nós estamos tomando conhecimento do que está acontecendo, senão estariam empurrando por baixo do tapete e nós estaríamos não observando o que estava acontecendo. Então, parabéns à Polícia Federal, fica aqui o nosso apoio incondicional às ações do Ministério Público, da Polícia Civil, da Polícia Federal, do Tribunal de Contas, do Tribunal de Contas da União, do Tribunal de Contas do Estado. Parabéns a todos pela investigação”, completou.

O líder do maior bloco governista da Casa, Rafael Leitoa (PDT) e o líder do Governo na Assembleia Legislativa, Rogério Cafeteira (PSB), contudo, encaminharam votação contrária à peça.

Cafeteira afirmou que não é contra “nenhuma ação” da Polícia Federal, mas condenou a suposta “espetacularização” na abordagem da mídia sobre o caso.

“[...] Eu aqui não quero discutir a questão específica dessa operação, que, no meu entendimento, possui algumas contradições e algumas falhas. Mas acho que o local de debate não é tribuna da Assembleia. Eu acho que os órgãos de controle e fiscalização devem fazer, no seu âmbito, essa fiscalização e essa investigação”, salientou.

Cafeteira finalizou, afirmando que defende a legalidade e a ação dos órgãos de controle e a fiscalização, mas criticou a transformação do tema em “palanque político”. Logo em seguida, a base governista rejeitou a proposta.

Saiba Mais

A Operação Pegadores, da Polícia Federal, revelou pelo menos três modalidades de desvio de recursos públicos adotadas pela organização criminosa que atuava na Secretaria de Estado da Saúde. Além da contratação de empresas de fachada e de cobrança de propina, havia o uso de “funcionários fantasmas”, a cobrança de propina e o pagamento de supersalários a apadrinhados políticos. Foi o que apontou a PF.

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