Negligência na saúde

Homem se amarra para que filho fosse atendido

Ato foi acompanhado por O Estado desde o meio-dia de ontem,28, em frente da Santa Casa; quatro horas depois, uma equipe da SES esteve no local para solucionar o caso

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Jorge Luiz Henrique se amarrou ontem em frente da Santa Casa
Jorge Luiz Henrique se amarrou ontem em frente da Santa Casa ( Jorge Luiz Henrique se amarrou ontem em frente da Santa Casa)

SÃO LUÍS - Um homem que se identificou como Jorge Luiz Henrique, morador do bairro Vila Embratel, se amarrou em frente à Santa Casa de Misericórdia, no Centro de São Luís, para pedir atendimento ao filho dele, que nasceu no último sábado,25, na unidade de saúde. De acordo com o pai, a criança nasceu com problemas na coluna vertebral e necessitava de transferência imediata para outro hospital.

O fato foi visto por populares e acompanhado por O Estado desde o meio-dia de ontem,28. Sob forte sol, o pai permaneceu em pé em frente à unidade de saúde apenas com uma garrafa de água em uma das mãos. Sem se alimentar, ele implorava por ajuda. “Eu precisei chegar a este extremo para ter alguma ajuda ao meu filho. Se for preciso tomar esta medida pela saúde dele, não medirei esforços”, disse.

Ele contou ainda que, nas primeiras 24 horas de vida, o filho não apresentou qualquer anormalidade na saúde. Na segunda-feira,27, a criança começou a ter febre alta. Em seguida, um dos médicos que a atenderam informou a família sobre a necessidade de transferência. “Como a criança necessita de um procedimento cirúrgico, pelo que informou um dos médicos, estamos clamando pela transferência”, disse. Segundo ele, a direção da Santa Casa alegava que não tinha para onde encaminhar o paciente. “Disseram que meu filho seria levado ou para o Hospital Juvêncio [Matos], ou ainda para a Marly Sarney”, informou.

Após as repercussões do fato nas redes sociais de O Estado, uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi encaminhada até a Santa Casa e chegou ao local por volta das 16h. Técnicas do órgão tentaram leva-lo até a parte interna da unidade de saúde, no entanto, o pai hesitava. “Não vou sair daqui enquanto não ver o meu filho em uma ambulância”, disse. Após quase 20 minutos de negociação, o pai finalmente decidiu ir até o quarto onde estava o filho e a mãe dele, acompanhado pelas representantes da SES.

Outro lado

Segundo a SES, a transferência da criança – com o apoio da direção da Santa Casa – será disponibilizado hoje,29. A secretaria não informou, até o fechamento desta edição, para qual unidade de saúde a criança seria levada.

Recursos

Há alguns anos, a direção da Santa Casa alega que está em dificuldades financeiras para manter o funcionamento da unidade. Além de greves dos servidores, a Santa Casa por pouco não fechou as portas após cortes no orçamento repassado a ela pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

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