ESTADOS UNIDOS - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a atuação da Agência de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB, na sigla em inglês) sob o comando de Richard Cordray, que deixou o posto na sexta-feira após seis anos. Em publicação no Twitter neste sábado (25), Trump disse que a agência tem sido "um desastre total sob o comando do escolhido do governo anterior. Instituições financeiras foram arrasadas e não podem atender ao público devidamente. Vamos trazê-la de volta à vida!"
A crítica do presidente foi feita em meio a uma confusão na nomeação do chefe temporário da agência. Na sexta-feira (24), Cordray, ao anunciar sua renúncia, promoveu uma aliada, Leandra English, a vice-diretora da CFPB. Cordray disse que, de acordo com a Lei Dodd-Frank, que criou a agência, Leandra se tornaria diretora interina após a sua saída. A manobra foi vista como uma tentativa de impedir que Trump molde a agência nos próximos meses.
Algumas horas depois, no entanto, Trump nomeou o diretor de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, como chefe interino da CFPB.
Funcionários de alto escalão da Casa Branca dizem que uma lei de 1998 legitima a escolha de Trump. Eles reconhecem que outras leis, como a Dodd-Frank, parecem ser conflitantes com a de 1998, mas dizem que neste caso prevalece a autoridade do presidente.
A decisão sobre quem vai ocupar a diretoria é vista como importante, embora o posto seja interino. A aprovação de um nome definitivo pelo Senado pode levar meses.
Um dos funcionários do governo, que pediu para não ser identificado, disse que Mulvaney deve assumir o posto na segunda-feira e que Leandra deve continuar trabalhando como vice-diretora da agência.
Leandra é uma aliada fiel de Cordray que ajudou a investigar e punir empresas do setor financeiro de forma considerada excessiva por muitos republicanos, inclusive Mulvey. Ao anunciar sua renúncia na sexta-feira, Cordray destacou que Leandra conhece profundamente as operações e os funcionários da agência.
Mulvaney era deputado da Carolina do Sul antes de se tornar chefe de Orçamento da Casa Branca. É um dos maiores críticos da CFPB. Certa vez, classificou a agência como uma piada, dizendo que a falta de supervisão pelo Congresso e as regulamentações tinham ido longe demais. "O lugar é um exemplo maravilhoso de como a burocracia funciona se não precisa prestar contas a ninguém", disse ao jornal Credit Union Times em 2014. Caso assuma o cargo, deve desmantelar boa parte das ações implementadas por Cordray.
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