Mulheres

Caminhada promove combate ao feminicídio

Evento promovido pelo Ministério Público do Maranhão teve por objetivo chamar atenção da população para o combate da violência contra a mulher

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

SÃO LUÍS - A luta contra o feminicídio motivou a realização de um ato na manhã de sexta-feira, 24, no Centro de São Luís. A ação foi desenvolvida pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) por meio das 15ª e 16ª Promotorias Especializadas na Mulher da Capital.

Com concentração em frente a Biblioteca Benedito Leite, manifestantes seguiram em passeata passando pela Rua Grande, onde o ato recebeu manifestações de apoio de comerciantes e pessoas que passavam por ali, até a Praça João Lisboa, onde ocorreu o encerramento.

A atividade faz parte da programação do MPMA em alusão à campanha “16 dias de ativismo no combate à violência contra a mulher”, além de marcar o encerramento da campanha “Maria da Penha em Ação” em 2017.

A campanha mundial surgiu em 1991, lançada por mulheres de 23 países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.

Violência contra a mulher

A promotora de Justiça Especializada na Defesa da Mulher, Selma Martins, destacou a importância dessa atividade. “Hoje[ sexta-feira, 24] é o encerramento da nossa campanha este ano. Nós queremos chamar atenção da população para o combate da violência contra a mulher. Queremos que tanto elas quanto às pessoas que sabem dessas violências que mulheres sofrem no dia-a-dia possam denunciar”, relatou.

“Essa é uma luta das redes de proteção à mulher para que sejam levados a ela conhecimento e informação de que estamos desenvolvendo um trabalho do qual elas podem contar, que elas poderão recorrer sempre que precisarem”, disse a coronel Maria Augusta de Andrade Ribeiro, do Comando de Segurança Comunitária e coordenadora estadual da Patrulha Maria da Penha.

Participaram da caminhada, além de familiares de vítimas de feminicídio, várias entidades da sociedade civil organizada, representantes do poder público e judiciário do Maranhão, bem como estudantes de escolas da capital maranhense, que deram mais energia e vigor à caminhada.

Tevelino Santana Macedo, pai da Domingas, morta pelo ex-marido com 42 facadas, participou da caminhada e destacou a importância desse tipo de ação. “O nosso objetivo hoje aqui é conscientizar os homens para que tratem as mulheres com todo amor e carinho", afirmou.

Juliana Costa, irmã da publicitária Mariana Costa, que foi estuprada e morta pelo cunhado, também participou da caminhada. “Nós estamos aqui unindo nossas forças para mostrar para todos que essa luta e essa causa precisa ser abraçada cada dia mais. Não podemos mais deixar essas estatísticas crescerem, porque o que estamos vendo hoje é um massacre contra as mulheres pelo simples fato de serem mulheres. Isso precisa mudar”, declarou.

Por fim, outro participante daquela caminhada foi o estudante Emeson Benício, do CE Bernardo Coelho de Almeida. “Nós desenvolvemos gincanas, dinâmicas e muitas outras atividades na escola para conscientizar nossos colegas para acabar com a violência contra a mulher. Sem elas, não seríamos nada”, concluiu.

Feminicídio

É considerado feminicídio todo homicídio cometido contra mulheres pelo simples fato de serem mulheres, assim como também a tentativa dele, mesmo que não tenha êxito. Por exemplo: um homem tenta atirar contra sua esposa mas erra o tiro – pode ser considerado feminicídio por ele ter tentado contra a vida da mulher.

Mais

Mais de 350 mulheres estavam sendo acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha até o mês de outubro deste ano. Segundo a Polícia Militar, o número de denúncias tem aumentado bastante e essas mulheres estão sendo protegidas para evitar que algo pior aconteça.

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