Lista santa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

O governador Flávio Dino (PCdoB) resolveu fazer uma cruzada pela divulgação da lista de funcionários fantasmas que levaram, em dois anos, nada menos que R$ 18 milhões em recursos da Saúde. A quadrilha, chefiada por aliados de Dino, operava desde 2015, e infiltrou cerca de 400 fantasmas na folha de pagamento da SES, segundo revelou a Polícia Federal.
Mas a pressão de Dino pela divulgação da lista nada tem de nobre ou de presunção de inocência do comunista. Até porque, se quisesse, ele teria acesso desde 2015 à relação de fantasmas, já que, segundo as investigações, ela foi entregue ainda naquele ano ao comando da Secretaria de Saúde.
O que Flávio Dino quer é expor os fantasmas e seus padrinhos, a fim de se autoproteger.
Há suspeitas de que a lista de fantasmas na Secretaria de Saúde tenha desde jornalistas, parentes de jornalistas e blogueiros até parentes de membros da Assembleia Legislativa, Câmara Municipal, Ministério Público e até do Poder Judiciário.
Entende o comunista, cujo governo foi exposto em mais um escândalo de corrupção, que a exposição pública desses padrinhos fará com que eles próprios comecem a atuar pela inibição das investigações. Assim, o governador garantiria a proteção ao seu governo por parte de gente que deveria estar pronta a fiscalizá-lo.

Há dois anos
O secretário de Saúde, Carlos Lula, recebeu a lista dos fantasmas da Secretaria de Saúde no dia 22 de setembro de 2015.
É o que revela relatório da Polícia Federal encaminhado à Justiça Federal por ocasião da Operação Pegadores.
- [a lista] dos meses abril, maio, junho, julho, agosto, viu? Elas [as folhas] giravam em torno de quatrocentos mil [por mês] se você olhar bem aí - disse o diretor do ICN, Benedito Carvalho, em conversa grampeada com Lula.

Alugados
As contas fantasmas da Secretaria de Saúde vêm servindo, desde 2015, como fonte de receita de veículos de informação alinhados ao governo Flávio Dino.
Esses setores da mídia indicam parentes e aderentes a cargos nos numerosos institutos que prestam serviços à SES, garantindo receita ininterrupta.
Em troca, tecem loas, fazem editoriais elogiosos e vista grossa às ações nocivas do governo comunista.

Apadrinhados
Não estão apenas nas folhas fantasmas descobertas agora na Secretaria de Saúde indicados de membros da Assembleia, do Poder Judiciário e do Ministério Público no governo.
Parentes, amigos e apadrinhados dessas personalidades inflam as folhas de várias secretarias, de gabinetes de deputados e do próprio gabinete principal do Palácio dos Leões.
É uma relação funesta entre o Executivo e aqueles que deveriam zelar pela execução plena das ações em favor da população.

No governo
O governo Flávio Dino confirmou oficialmente que a ex-secretária Rosângela Curado (PDT) era “prestadora de serviços da Secretaria de Saúde”.
O curioso é que ela havia sido afastada da própria SES em situação obscura e nunca explicada pelo governador.
Se a ex-auxiliar não servia como gestora da secretaria, como serviria para prestar serviços à mesma secretaria?

Transparência?
Criada para fiscalizar e expor os atos do próprio governo comunista, a Secretaria de Transparência, chefiada por Rodrigo Lago, pode se tornar alvo de investigação.
Os primeiros levantamentos apontam para, pelo menos, duas funcionárias fantasmas na pasta que deveria dar transparência à gestão.
As duas servidoras ocupavam, ao mesmo tempo, cargos com Rodrigo Lago e na Prefeitura de Ribamar, do tucano Luis Fernando Silva.

Sem comando
O PSDB maranhense está acéfalo desde o último dia 11, quando expirou o prazo da comissão provisória chefiada pelo vice-governador Carlos Brandão.
O senador Roberto Rocha, que vai comandar a sessão maranhense, decidiu aguardar a definição do diretório nacional, para tomar posse junto.
Até dezembro, portanto, o ninho tucano maranhense terá ações tomadas por conciliação de seus membros.

DE OLHO

R$ 240 milhões Foi quanto recebeu o IDAC entre 2015 e 2017, no governo Flávio Dino, após triplicar seus contratos na Saúde

E MAIS

• A Empresa Maranhense de Serviços Públicos (Emhser) trabalha em ritmo frenético, inclusive à noite e nos fins de semana, desde o estouro da Operação Pegadores.

• O silêncio dos deputados governistas na Assembleia em relação aos fantasmas da Secretaria de Saúde pode explicar um pouco a relação dos deputados com o governo.

• Ainda sem convencer de sua candidatura ao Senado, a deputada Eliziane Gama pretende fazer uma espécie de pré-lançamento de sua campanha ainda este ano.

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